Russo capturado por guerrilha colombiana foge no ‘estilo Rambo’, diz site

Grupo de guerrilheiros colombianos é classificado como organização terrorista pelos EUA e UE

Grupo de guerrilheiros colombianos é classificado como organização terrorista pelos EUA e UE

Reuters
Arsen Voskanian foi sequestrado pelo Exército de Libertação Nacional ao caçar rãs valiosas em floresta na região de Choco, na Colômbia, em novembro de 2016.

O contrabandista de rãs Arsen Voskanian, capturado por membros da organização guerrilheira colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN) no semestre passado, conseguiu se libertar no último dia 19 de abril em uma fuga “ao estilo do Rambo”.

Segundo o o site oficial dos insurgentes, Vozes da Colômbia, Voskanian conseguiu pegar uma arma e disparar contra membros do grupo que o mantinha como refém, ferindo cinco deles, antes de escapar pela floresta.

O russo havia sido capturado há seis meses pelos guerrilheiros na região de Choco, onde caçava rãs venenosas de Lehmann, uma espécie endêmica do oeste colombiano.

A embaixada da Rússia em Bogotá havia solicitado que os insurgentes libertassem Voskanian. O ELN estava no processo de entregá-lo ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha quando o contrabandista se libertou.

“O Comando Central lamenta não poder concluir com êxito essa libertação”, declararam os guerrilheiros, acrescentando que Voskanian ficou ferido após o embate. Não há pistas sobre seu paradeiro atual.

O jornal colombiano “El Tiempo” informou que as buscas pelo Exército colombiano continuam com a ajuda de membros do povo nativo Embera.

Arsen, o ‘Rambo’ russo

Natural da Armênia, Arsen Voskanian, de 42 anos, era taxista em Moscou, de acordo com informações publicadas pela agência RIA Nôvosti.

No segundo semestre de 2016, teria voado para a Colômbia para encontrar e vender sapos venenosos valiosos. Não se sabe, porém, por que teria deixado a Rússia para se arriscar em áreas remotas da Colômbia, onde o governo atua contra guerrilheiros.

Voskanian nunca se registrou no consulado russo, disse um porta-voz da embaixada em Bogotá ao “Moskovsky Komsomolets”. O órgão alega ter sabido do desaparecimento de Voskanian pelos jornais locais.

Em 21 de janeiro deste ano, a Cruz Vermelha divulgou que um estrangeiro, capturado pelo ELN junto com o russo, havia sido libertado com sucesso.

Três meses depois, era a vez do russo passar pelo mesmo processo. Segundo fontes locais, ele estava sendo transferido para o sul de Choco quando decidiu se rebelar contra os homens que realizavam o transporte.

O tiroteio aconteceu entre os municípios colombianos de Pizarro e Nuquí. “Há pouquíssimos assentamentos na área, e sobreviver em condições locais seria difícil”, disse o porta-voz da embaixada russa.

O preço da caça ilegal

Acredita-se que Voskanian teria tido ciência do processo de libertação e, por isso, estaria tentando agora escapar das mãos do governo local.

Após a libertação, o cidadão russo seria, na melhor das hipóteses, deportado; na pior delas, poderia ser condenado por contrabandear sapos endêmicos venenosos.

No entanto, segundo Aleksandr Gatilov, especialista em zoologia em Moscou, as leis locais proíbem a coleta de rãs apenas em áreas de conservação de animais selvagens.

Rã venenosa de Lehmann é usada em laboratórios como analgésico (Foto: Arco Images/Global Look Press)Rã venenosa de Lehmann é usada em laboratórios como analgésico (Foto: Arco Images/Global Look Press)

“As leis colombianas não definem exatamente se a coleta de sapos é legal; seria apenas na selva”, afirma, acrescentando que o transporte legal de rãs exige diversos documentos e dois meses de quarentena, “o que pode ser caro e demorado”.

É por isso que, segundo o zoólogo, Voskanian estaria se preparando para transportar ilegalmente as rãs para a Rússia. “As rãs venenosas de Lehmann (Oophaga lehmanni) são bastante raras”, acrescenta. “Seu preço nos mercados negros europeus varia de US$ 500 a US$ 5.000.”

O ELN é um grupo guerrilheiro da Colômbia, existente desde 1964. O grupo, composto por até 3.000 membros, realiza operações militares em todo o país e estão listados como organização terrorista nos Estados Unidos e na União Europeia.

O grupo financia suas operações por meio do sequestro de autoridades e pela tributação sobre o comércio de drogas ilegais na Colômbia.

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