Adolescente é detido em protesto anticorrupção na capital russa
APCerca de 200 jovens com menos de 15 anos, e aproximadamente 1.500 entre 15 e 20 anos participaram dos protestos em Moscou no último dia 26 de março. A informação foi apresentada por um participante de uma conferência entre ministros regionais da Educação, realizada a portas fechadas em São Petersburgo.
As autoridades, no entanto, foram instruídas a não realizar “entrevistas preventivas” com tais manifestantes por receio de aumentar a percepção negativa dos jovens.
“O conselho dado foi que qualquer sessão de feedback só atuaria como um catalisador para os jovens ficarem do lado da oposição”, disse uma fonte anônima à Gazeta.ru. “Os jovens não saíram às ruas para apoiar um candidato específico – eles marcharam sob o slogan anticorrupção. E nós também não somos contra a corrupção?”
“Ao mesmo tempo, discutimos que era necessário olhar adiante e advertir os alunos contra a participação em protestos ilegais, é importante transmitir essa mensagem”, acrescentou a fonte, ao citar as diretrizes da conferência.
Durante o encontro, também chegou-se à conclusão de que as autoridades não dispõem de canais de comunicação suficientes na internet. Segundo os presentes, os membros da oposição se aproveitam desse fato, prometendo assistência jurídica em caso de eventualidades ou alegando que se tratam de protestos autorizados.
Outra fonte que também participou da conferência, e que preferiu não ter seu nome revelado, confirmou a discussão das ideias anteriores.
Já Andrêi Iemelianov, assessor de imprensa do Ministério da Educação, afirmou que as autoridades haviam debatido sobre os protestos, mas não concedeu mais detalhes.
“Não houve discussão sobre qualquer punição e nem pode haver. As crianças devem ser protegidas contra a participação nesses protestos”, disse Iemelianov, enfatizando que o ministério “se opõe categoricamente à atração de crianças em idade escolar para manifestações que possuam teor categoricamente político”.
Publicado originalmente pelo Gazeta.ru
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