Voos domésticos ainda são mais comuns entre viajantes solitários russos devido à barreira linguística
ZUMA Press/Global Look PressDados coletados pelo site de comparação de preços de hospedagem e passagens aéreas Skyscanner revelaram que, em 2016, as reservas individuais chegaram a 64% do total nacional. O aumento foi de 3% em relação ao ano anterior.
“Não vemos essas estatísticas como uma espécie de índice de solidão”, diz Dmítri Khovanski, gerente de relações públicas do Skyscanner na Rússia. “Em primeiro lugar, esse aumento significa que os russos deixaram de temer viagens sozinhos.”
O número de reservas individuais para voos domésticos na Rússia foi ainda maior do que para destinos estrangeiros, segundo Khovanski, pois “muitos russos ainda se sentem intimidados de viajar para o exterior porque não sabem a língua”.
Tendência global
Fazer viagens sozinho é uma tendência do turismo mundial. Segundo o Momondo, site de pesquisa de preços que atua em 30 países, a maioria dos passageiros individuais vivem na Holanda (89%), no Reino Unido (84,5 %) e nos EUA (82,7%).
“Em 2016, a participação de turistas russos que viajaram sozinhos foi de 69,5%”, diz Irina Riabovol, funcionária da Momondo na Rússia. “É importante ter em mente que esses dados não incluem apenas férias, mas também viagens de negócios”, completa.
De acordo com os dados do site, 41% dos entrevistados russos fizeram as viagens por turismo, e 43% alegaram que isso os fez se sentirem “mais independentes”.
Entre os brasileiros, as reservas individuais no Momondo chegaram a 78,7% do total nacional de pacotes ou passagens compradas pelo site.
Na maioria dos casos, esse tipo de turista organiza as próprias viagens por meio de serviços on-line. Dados da ANEX Tour, uma das maiores agências de viagens da Rússia, mostram que pacotes individuais não excedem 9% de todas as vendas.
“Nos últimos anos, vimos realmente o crescimento de passageiros individuais. Entre eles, os destinos mais populares são Tailândia, Vietnã e Turquia”, informou, por nota, a assessoria de imprensa da ANEX Tour.
Solitários por conveniência
Nos últimos três anos, a pesquisadora de Kaliningrado Natália Makarchuk, 29 anos, viajou sozinha para Holanda, Itália e República Tcheca.
Segundo Makarchuk, os custos desse tipo de viagem são significativamente menores do que em grupo, devido à possibilidade de encontrar acomodações gratuitas no site CouchSurfing ou dividir os gastos com transporte com o Blablacar.
“A vantagem de viajar sozinha é que não preciso concordar com ninguém sobre as datas de viagem, o número de estrelas que um hotel deve ter, o itinerário e as opções de entretenimento”, explica Makarchuk.
O apelo por viagens solitárias é maior entre os jovens russos, acredita Olga Kuzina, especialista em comportamento financeiro da Escola Superior de Economia.
Para ela, o movimento faz parte de um estilo de vida global já presente em outros países, incluindo o Brasil, mas que, “em geral, ainda não é comum na Rússia”.
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