Oficiais russos no local onde o grupo, ligado ao EI, foi detido.
RIA NovostiNo último sábado (12), três cidadãos oriundos da Ásia Central foram detidos em Moscou e sete em São Petersburgo acusados de planejar ataques terroristas de grandes proporções nas duas principais cidades da Rússia e de envolvimento com o EI (Estado Islâmico).
O jornal estatal russo "Rossiyskaya Gazeta" informou que, de acordo com fontes do serviço secreto que não quiseram ser identificadas, os detidos planejavam realizar atentados semelhantes aos ocorridos em Paris em 13 de novembro de 2015, com explosões concomitantes de bombas em locais de concentração pública e tiroteios nas ruas.
Outra fonte disse ao jornal "Kommersant" que todos os detidos têm passagem pela polícia. Na terra natal, em geral, eles são procurados por crimes comuns, e não por formação terrorista.
Eles trabalhavam como taxistas, seguranças e vendedores na Rússia.
Ligações sírias
De acordo com o FSB (órgão que substituiu a KGB na Rússia), os detidos confessaram que tinham contato com líderes do EI e que planejavam executar atentados terroristas em nome da organização.
O Comitê Estatal de Segurança Nacional do Quirguistão, que trabalhou em parceria com a inteligência russa no caso, informou que os detidos foram, por vontade própria, aos campos de treinamento do EI para se preparar para o ataque.
O general-major aposentado do FSB Iúri Sapunóv, ex-chefe no departamento de combate ao terrorismo internacional, acredita que o grupo tenha sido aliciado já em terrritório russo.
"Isso é, provavelmente, resultado de um trabalho de aliciamento, já que isso acontece na Europa e no mundo inteiro", disse Sapunóv à Gazeta Russa.
"Os aliciados se reúnem em células e agem independentemente para organizar os atentados terroristas. Mas essas células do EI, infelizmente, existem e continuam a agir", completa.
Para o presidente da Associação de Veteranos da Subdivisão Antiterrorismo "Alfa", Serguêi Gontcharóv, é mais provável que os indivíduos detidos em Moscou e São Petersburgo tenham sido aliciados por pessoas recém-admitidas na organização, que por outras mais experientes.
"São pessoas jovens, parece-me, que caíram na propaganda do fanatismo islâmico", diz Gontcharóv.
Segurança na Rúsia atual
Nos últimos anos, os serviços de segurança russos conseguiram evitar diversos atentados terroristas no território do país.
O jornal russo "Izvêstia" publicou um estudo com estatísticas oficiais do Comitê Nacional Antiterrorismo que mostra que, em 2015, três atentados foram evitados no país - e seis outros, só no primeiro semestre de 2016.
A ameaça de terrorismo, porém, ainda existe na Rússia devido a sua atuação na Síria. Mas, segundo Sapunóv, essa não é maior que em qualquer outra megalópole mundial.
"O nível de ameaça terrorista no mundo atual é o mesmo em todo lugar. Nas cidades grandes, há maior concentração tanto de crimes comuns, como de terroristas. Para isso existem os serviços de inteligência, que trabalham para revelar e evitar os atentados terroristas", diz.
Um dos principais motivos para o êxito nesses casos está no trabalho conjunto do FSB com outros serviços de inteligência da Ásia Central, diz Serguêi Gontcharóv. No caso atual, por exemplo, a prisão foi possível após a detenção de parceiros dos criminosos no Tadjiquistão, que foi informada às autoridades russas.
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