Forças especiais reforçam segurança após explosão em Ansbach, na Alemanha
ReutersDiretor do Centro dos Estudos da Alemanha da Academia de Ciências da Rússia, Vladislav Belov fala à Gazeta Russa sobre a política de imigração da União Europeia:
O governo da UE mudará a política de migração após uma série de atentados terroristas realizados por imigrantes?
O controle sobre os imigrantes recém-chegados já é muito rigoroso e suficiente. A polícia e os serviços especiais monitoram todos aqueles que entram no território e tentam identificar membros do Estado Islâmico.
Após os ataques, o controle poderá ser intensificado, mas no âmbito da legislação vigente. Não acho que a política de imigração venha a ser alterada.
Os atentados afetam a atitude dos europeus em relação aos refugiados sírios?
Não acho que a atitude europeia sofra alterações. Desde meados de 2015, a Alemanha recebeu quase 1,5 milhão de imigrantes. A maioria absoluta dos imigrantes não comete crimes.
A sociedade, por sua vez, sabe separar o joio do trigo, e entende que muitos cidadãos alemães estão ligados a organizações terroristas. As pessoas exigirão uma atitude mais rigorosa em relação àqueles que violam a lei.
Como a situação na Alemanha afetará a posição de Merkel nas próximas eleições?
Angela Merkel tem mais de 13 meses antes das eleições. É um período bastante longo. A coalizão do governo tem boas chances de mostrar a responsabilidade do Estado por sua política.
A Rússia ainda não sofreu atentados realizados pelo Estado Islâmico. Você acha que os contatos de Pútin com os líderes das repúblicas do Cáucaso ajudam a garantir segurança?
Não acho que o líder da Tchetchênia ou os governos das outras repúblicas do Cáucaso são impedimentos para o Estado Islâmico. Desde setembro de 2015, quando a Rússia começou a operação militar na Síria, Pútin e Kadirov se tornaram inimigos pessoais dos terroristas. Isso aumenta a possibilidade de atentados no território russo.
Os atentados recentes na Europa foram realizados não por grupos terroristas, mas por indivíduos sozinhos. Isso dificulta o trabalho dos serviços especiais?
Os serviços especiais podem combater esses indivíduos apenas caso eles façam parte de um sistema organizado. É quase impossível prever um atentado realizado por uma pessoa mentalmente desequilibrada.
Israel tem o sistema de segurança mais desenvolvido do mundo. De fato, os cidadãos desse país representam esse sistema, todos os homens e a maioria das mulheres servem ao exército e sabem como proteger o público de ataques terroristas. No entanto, até em Israel é impossível excluir a possibilidade de atentados. É impossível combater terroristas que agem sozinhos.
A França e a Alemanha são membros da União Europeia e fazem parte do Espaço Schengen. As fronteiras facilmente transponíveis dificultam a resolução do problema dos imigrantes?
O acordo de Schengen permite introduzir controlos fronteiriços adicionais. No entanto, a liberdade de movimento é um êxito da UE muito importante. Diversos países já introduziram controles nas fronteiras, mas é um fenômeno temporário. O espaço Schengen sobreviverá aos ataques terroristas.
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