Cuba tem sido visto como ‘local simbólico’ para encontro
Reuters/RIA NôvostiO histórico encontro entre o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Kirill, e o papa Francisco, que acontecerá em Cuba na sexta-feira (12), será focado na perseguição de cristãos no Oriente Médio, disse à agência Tass o arcipreste Thomas Hardy da Igreja Ortodoxa Russa no Exterior.
“Acho que a perseguição de cristãos será o principal tema durante o encontro. Todos os cristãos sofrem no Oriente Médio, sejam católicos, protestantes ou ortodoxos, e eles são perseguidos pela maioria muçulmana”, declarou o reverendo.
O papa Francisco fará uma escala em Cuba antes de seguir ao México, enquanto o patriarca Kirill estará em visita oficial em Havana. O aperto de mãos entre os líderes religiosos acontecerá no aeroporto internacional José Martí, na capital cubana.
Este será o primeiro encontro entre um papa e um patriarca de Igreja Ortodoxa Russa desde que as igrejas se dividiram durante o Grande Cisma de 1054. Desde então, a relação entre as igrejas é conhecida pelas divergências em torno da primazia do papa e acusações de que a Igreja Católica fizesse conversões na Rússia.
Segundo o presidente do departamento de relações exteriores eclesiásticas do Patriarcado de Moscou, o metropolita Hilarion de Volokolamsk, a reunião sem precedentes estaria, porém, sendo ensaiado há quase 20 anos.
“O encontro vem sendo preparado por um longo período. Em 1996 e 1997, intensas conversações foram conduzidas para organizar uma reunião”, declarou, acrescentando que, na época, os esforços foram cessados devido à impossibilidade de acordo.
“Isso se deveu aos greco-católicos e ao proselitismo de missionários católicos no território canônico do Patriarcado de Moscou”, completou.
A Igreja Ortodoxa Russa espera que o encontro inicie um novo capítulo na relação entre as igrejas, porém, não se deve esperar grandes avanços.
“É uma questão de cortesia e boa vontade, e não de unidade teológica. É bom que as pessoas com visões teológicas diferentes possam falar umas com as outras, educadamente. (...) Também sabemos que o papa Francisco queria conhecer o Patriarca Kirill”, disse Hardy, referindo-se às declarações de novembro de 2014.
Ao término da reunião, que provavelmente terá também a presença do presidente cubano Raúl Castro, será assinada uma declaração conjunta.
Em seguida, o patriarca Kirill seguirá para visitas oficiais no Paraguai e no Brasil, onde tem reuniões agendadas com os respectivos presidentes.
Com material da agência Tass e do jornal The Moscow Times
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