Risco é mais sentido por moradores de Moscou, São Petersburgo e Crimeia
Lori / Legion-MediaO receio de um iminente ataque terrorista se difundiu entre os russos ao longo do último mês, aponta o estudo divulgado VTsIOM. De outubro para novembro, o índice de pessoas que disseram ter “muito medo” cresceu saltou de 19% para 31% – mais elevado que em 2010, após os atentados no metrô de Moscou, quando essa taxa era de 29%.
Para o presidente do centro de pesquisa, Valéri Fiódorov, não é uma surpresa que o fenômeno reflita o volume de informações que passaram a circular no país após os ataques terroristas em Paris, a explosão do avião russo sobre o Sinai e o avião militar abatido na Síria.
Em uma pesquisa on-line semelhante, encomendada pelo jornal “RBK”, quase metade dos entrevistados (47,1%) assumiram que os ocorridos influenciaram de alguma maneira seu comportamento, sobretudo nas duas maiores cidades do país, Moscou e São Petersburgo, e na Crimeia.
A pesquisa mostra que, após os atentados, 34,5% dos respondentes começaram a evitar lugares com grande aglomeração de pessoas, como shows, eventos esportivos e salas de cinema. No caso das viagens aéreas, apenas 3,8% teriam cancelado passagens compradas.
Apesar do clima de tensão nos últimos dias, os entrevistados, que apontaram os shoppings e centros comerciais como os locais de maior perigo de atentado, dizem já ter encontrado uma alternativa de consumo: as lojas virtuais.
Medo coletivo
Se o mesmo temor é experimentado por mais de 30%, isso significa que “o medo se arraigou profundamente no inconsciente coletivo”, afirma Elena Chestopal, diretora do departamento de sociologia e psicologia da Universidade Estatal de Moscou (MGU, na sigla em russo).
Esse cenário, segundo a especialista, obriga as mídias a assumir um “papel psicoterapêutico”. “Se isso não for feito, a sociedade pode ter reações imprevisíveis”, acrescenta.
A fase aguda do medo de atentados dura duas semanas, mas, de um modo geral, pode persistir por um ou dois meses, garante a diretora do centro psicológico “Solução”, Elena Vinográdova.
Com material dos jornais RBK e Kommersant
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