Segundo o estudo, ortodoxos se deparam com ofensas à religião com a mesma frequência que o resto dos russos
Zuma\TASSDe acordo com um estudo do VTsIOM (Centro Russo de Pesquisas de Opinião Pública), 73% dos russos nunca estiveram envolvidos situações em que os sentimentos religiosos de fiéis foram desrespeitados. Quase 11% perceberam esse tipo de manifestação uma ou duas vezes na vida.
“Não há critérios claros quanto ao que deve ser considerado um insulto aos sentimentos religiosos de fiéis, e os eventos que tiveram grande repercussão no passado, como a apresentação da banda punk Pussy Riot, não deixaram marcas profundas na consciência pública”, afirma Aleksêi Firsov, diretor de comunicações do VTsIOM.
A pesquisa revela também que apenas 2% dos russos acreditam que os sentimentos religiosos dos fiéis foram feridos pela ação do grupo Pussy Riot na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou, e só 1% considerou ofensivas as caricaturas na revista francesa “Charlie Hebdo”.
Até junho de 2013, o insulto a sentimentos religiosos era classificado na Rússia como uma contravenção administrativa. Desde então, a infração tornou-se passível de punição criminal e o limite máximo de punição foi estendido a três anos de privação de liberdade.
“Mas, na realidade, não existiu por parte da sociedade a reinvindicação de que essa lei fosse aprovada”, observa Leonti Bizov, pesquisador sênior do Instituto de Sociologia da Academia Russa de Ciências.
Ainda segundo os dados do VTsIOM, 49% dos russos têm dificuldade em citar situações que podem ser configuradas como respeito aos sentimentos de fiéis. Enquanto 11% acreditam que “observações injuriosas” podem ofender, 5% acham ofensiva a “ridicularização da fé”.
Apesar de a maioria das pessoas não definir claramente o conceito de desrespeito à religiosidade, 68% dos entrevistados afirmaram que “o politicamente correto e a civilidade são mais importantes do que a liberdade de expressão”.
Publicado originalmente pelo jornal Kommersant
Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: