Pessoas de mais de 80 países já participaram do programa Foto: Kirill Lagutko
A Agência Federal para Cooperação com Estados Independentes, Compatriotas que Vivem no Exterior e Ajuda Humanitária Internacional (Rossotrudnitchestvo) está revendo as normas para participação no programa “Nova Geração”: terão prioridade não só jovens oriundos da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), mas também de países com quem a Rússia mantém parcerias, como os membros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
O programa, que já está em vigor há quatro anos, promove visitas para apresentação da Rússia entre jovens representantes de círculos políticos, sociais, científicos e empresariais de países estrangeiros. “Foi decidido ajustá-lo e torná-lo mais preciso, para adequá-lo à situação da política externa”, explicaram à Gazeta Russa representantes da Rossotrudnitchestvo.
“Na lista de Estados cujas delegações serão recebidas na Rússia estão incluídos, em caráter prioritário, países que integram blocos internacionais e organizações intergovernamentais regionais que a Rússia irá presidir, bem como países com os quais estão sendo realizados os anos e dias de intercâmbio de caráter cultural, científico e educacional”, lê-se na nova descrição do programa.
Para Dmítri Trénin, diretor do Centro Carnegie de Moscou, a reorientação do programa tem lógica. “O mundo além das fronteiras do Ocidente é vasto. Antes destinávamos pouca atenção aos países não ocidentais, mas agora é necessário estabelecer cooperação com a nossa vizinha China, países do Brics, com a Organização para Cooperação de Xangai, países da América Latina e assim por diante”, destacou Trenin ao jornal “Kommersant”.
O documento especifica ainda os princípios para a seleção dos candidatos: estrangeiros com idade entre 20 e 40 anos (com exceções até 45 anos). Quem quiser saber mais sobre o programa, deve procurar a representação da agência Rossotrudnitchestvo no Brasil.
Pessoas de mais de 80 países já participaram do programa, e a expectativa para este ano é disponibilizá-lo para mais de 90 países. Serão disponibilizados para o evento 144 milhões de rublos – 13 milhões a menos do que em 2014.
Caro, porém eficaz
Segundo Anna Velikaia, doutora em ciências políticas, esses programas são eficazes, mas caros e apenas países desenvolvidos têm recursos para implementá-los. “O programa ‘Nova Geração’ é muito atual e pertinente. Gostaria que viessem mais pessoas de países ocidentais, mas a atual situação política é complicada”, disse Velikaia à Gazeta Russa.
“Esse tipo de programa é destinado e ajuda a expandir as plataformas de cooperação em diferentes blocos. Mas o mais importante aqui é o feedback. É preciso não só trazer essas pessoas, mas também propor projetos conjuntos”, acrescentou a politóloga.
A jornalista russa Anastassia, de 25 anos, participou de um programa semelhante no Japão. “Sabia muito pouco sobre esse país antes de visitá-lo, com exceção de alguns filmes e literatura, porque constavam no currículo da faculdade”, conta. “Mas, depois que comecei a estudar o país, entender suas políticas e sua economia, pude escrever escrever textos sobre questões asiáticas com mais propriedade.”
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