Vladímir Lênin (à dir.) e seu eventual sucessor Iossef Stálin, em março de 1919 Foto: wikicommons
Guennádi Ziuganov, chefe do Partido Comunista e de sua respectiva bancada parlamentar, enviou uma carta ao ministro da Cultura, Vladímir Medínski, pedindo ajuda para superar as objeções do “público liberal” no sentido de criar um instituto em homenagem a Stálin.
A Sociedade Histórico-Militar da Rússia, que é comandada pelo ministro da Cultura, propôs anteriormente que o museu fosse estabelecido em uma casa de madeira perto da cidade de Rjev, onde o líder soviético se hospedou por uma noite durante a guerra.
“A população de Rjev e dos entornos saiu em apoio à iniciativa de criar o museu”, disse Ziuganov, citado pelo jornal “Izvéstia”. “Uma pesquisa recente mostrou que mais de 70% dos locais são a favor da medida.”
Ziuganov está se apoiando na crescente popularidade de Stálin entre os russos, conforme observado em pesquisas de opinião, e na onda de patriotismo frente às celebrações do Dia da Vitória, no próximo sábado (9).
Porém, o líder da organização de direitos humanos Memorial, Nikita Petrov, criticou as tentativas de lançar Stálin como um herói de guerra corajoso e de “promover a imagem de um tirano sob o manto da vitória na Segunda Guerra Mundial”.
“Ele ficou nessa casa durante a sua única visita a uma zona perto do front”, justificou Petrov. “Mas se todos os documentos sobre essa viagem fossem publicados, as pessoas iam ver como muitos oficiais do NKVD [polícia secreta] e da contraespionagem estavam trabalhando na operação. Não há nada de heroico na atitude de Stálin.”
Segundo o diretor da Memorial, a nomeação de um museu em homenagem a Stálin é inaceitável, “porque esse homem era um tirano e o perpetrador de repressões em massa horripilantes”.
Publicado originalmente pelo The Moscow Times
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