Número de russos que querem deixar o país cai a mínimo histórico, revela pesquisa

Apenas 12% expressaram o desejo de deixar o país para sempre Foto: Alamy/Legion Media

Apenas 12% expressaram o desejo de deixar o país para sempre Foto: Alamy/Legion Media

Apesar da crise econômica provocada por sanções ocidentais e queda no preço mundial do petróleo, o número de russos que desejam deixar permanentemente o país atingiu o mínimo histórico, segundo pesquisa divulgada na sexta-feira passada (20).

Oitenta e três por cento dos entrevistados pelo instituto independente de pesquisa Levada disseram que “preferem não” e “absolutamente não” emigrar da Rússia, enquanto apenas 12% expressaram o desejo de deixar o país para sempre.

A última pesquisa que revelou sentimentos semelhantes havia sido divulgada em abril de 2009, quando 80% dos russos disseram não ter vontade de emigrar. Na época, assim como agora, a Rússia era atingida por uma grave crise econômica.

Em entrevista ao site de notícias da RBC, Lev Gudkov, diretor do Centro Levada, sugeriu que o motivo de mais russos quererem ficar no país é porque “primeiro querem entender como a crise irá afetá-los”.

“Na primeira fase de uma crise, o desejo de protestar e emigrar decai. As pessoas querem se ajustar às novas circunstâncias, entender o que eles têm que fazer. Podemos esperar um aumento da quantidade de pessoas que querem emigrar em um ano e meio a dois, como aconteceu após a crise de 2008”, disse Gudkov.

Os entrevistados que confirmaram ao Centro Levada a vontade de emigrar disseram que estavam em busca de melhores condições de vida no exterior e um futuro mais seguro para os seus filhos.

“São pessoas bem-educadas, que ganharam dinheiro e têm capital social para deixar o país", disse Gudkov à RBC, acrescentando esse tipo de emigração acontece quando os russos já não se veem qualquer oportunidade para si no país.

A pesquisa do Centro Levada foi realizada com 1.600 entrevistados em 46 regiões da Rússia. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos.

 

Publicado originalmente pelo The Moscow Times

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