Movimento "Antimaidan" foi lançado durante coletiva de imprensa na semana passada Foto: RIA Nóvosti
Os organizadores do novo movimento anunciaram a sua criação em uma coletiva de imprensa que aconteceu na quinta-feira passada (15). No evento estavam presentes, entre outros, o chefe da organização de veteranos ‘Irmandade de Combate’ Dmítri Sablin, conhecido por sua amizade com o presidente Vladímir Pútin, o líder do clube de motociclistas ‘Lobos da Noite’ Aleksandr Zaldostanov, e o publicitário e político Nikolai Starikov, fundador do partido de esquerda Grande Pátria.
“O bichinho laranja já está afiando os dentes no nosso país. Vejo como as idosas do outro lado do oceano preparam bolinhos para distribuir nas praças, envenenando assim o nosso povo”, disse à Gazeta Russa o líder dos ‘Lobos da Noite’, em referência à Maidan de Kiev, quando a Secretária de Estado Adjunta dos EUA, Victoria Nuland, chegou para apoiar os manifestantes e distribuir biscoitos e sanduíches entre eles.
A atuação do novo movimento teve início no mesmo dia, durante uma passeata na Praça Manege, no centro de Moscou. Ali, alguns partidários do líder da oposição Aleksêi Naválni manifestavam insatisfação com a recente sentença contra ele e seu irmão em torno do caso Yves Rocher.
“Assistimos a um trabalho claro e consistente dos rivais geopolíticos da Rússia, que afiaram algumas ferramentas de destruição dos países e as utilizam uma e outra vez. Estamos prontos para tomar medidas preventivas para que essas ferramentas não funcionem no nosso território”, disse Starikov à Gazeta Russa.
Segundo ele, entre 1.500 a 2.000 apoiantes do Antimaidan compareceram à Manege para confrontar a oposição, que contava com poucos representantes no local. Como resultado, alguns dos membros do Antimaidan foram detidos pela polícia, uma vez que a sua manifestação também não havia sido autorizada.
Iniciativa pública?
Uma série de veículos da imprensa russa comparou o Antimaidan com o movimento juvenil pró-Kremlin “Nashi” (Nossos), surgido na Rússia após os acontecimentos da Revolução Laranja na Ucrânia, em meados dos anos 2000.
Porém, segundo Starikov, a analogia é “infeliz”. De acordo com ele, o “Nashi” foi criado verticalmente pelo próprio governo, enquanto a iniciativa do Antimaidan teria partido da própria população.
Os membros do novo movimento também justificam que o “Nashi” foi um movimento juvenil, enquanto os apoiantes do Antimaidan são “pessoas madura, ex-militares que combateram no conflito do Afeganistão entre 1979 e 1989, e ex-oficiais dos serviços especiais.
Contra perseguição
Diversos analistas políticos se mostram céticos quanto à eficácia do novo movimento. De acordo com o presidente do Instituto de Estratégia Nacional, Mikhail Remizov, “as revoluções coloridas – revoluções da nova ordem – não podem ser evitadas perseguindo os revolucionários”.
Para ele, é importante ter iniciativa própria diante dessa situação. “Por iniciativa própria, quero dizer capacidade de despertar a atividade da sociedade civil que não apoia os slogans da oposição radical que atua fora do sistema político e se organiza, nomeadamente, em torno da figura de Aleksêi Naválni”, explica.
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