Com moeda em queda, russos buscam alternativas para manter economias

Russos lotaram lojas antes do aumento de preços previsto pelos proprietários Foto: AP

Russos lotaram lojas antes do aumento de preços previsto pelos proprietários Foto: AP

Após desvalorização recorde do rublo, russos passam a investir poupança em apartamentos, alimentos e até cosméticos. Outra maneira de preservar as economias é convertendo-as em moedas estrangeiras.

Na semana passada, o rublo registrou uma queda recorde, e muitos estabelecimentos moscovitas notaram uma movimentação incomum de clientes. Uma loja próxima à estação de metrô Tverskaia, no centro, recebeu multidões de consumidores aparentemente dispostos a estocar as dispensas para os próximos meses. O objetivo era literalmente ‘salvar’ parte de suas economias.

“Como vivíamos a época de promoções natalinas, esperávamos atender um número de clientes maior que o normal, mas a quantidade que tivemos nos últimos dias foi algo surreal”, disse à Gazeta Russa a vendedora Natalia, que trabalha para uma rede de produtos cosméticos.

Em uma loja de roupa íntima, também no centro de Moscou, as vendedoras anunciavam as promoções, alegando que, em breve, as peças disponíveis ficariam 20% mais caras. “Os vendedores já nos avisaram sobre o aumento de todos os valores. Mas não há o que fazer. Não tem como comprar para a vida toda”, lamentou uma cliente.

As principais redes de eletrodomésticos vêm registrando o pico de demanda e longas filas nos caixas. A MVideo, por exemplo, teve dificuldade em acompanhar o aumento de preços, atrasando na troca de etiquetas dos seus produtos. Por causa disso, vários clientes reclamaram de pagar mais pelo mesmo produto ao chegar ao caixa.

Aumentou ainda a procura por produtos importados não perecíveis nos supermercados, sobretudo mercadorias sem análogos nacionais, como o azeite de oliva, chá e café. “Garanti o meu estoque para as próximas semanas”, comemorava um cliente, segurando dez pacotes de café italiano enquanto aguardava na fila do caixa.

O diretor da rede de lojas de chá Moichai.ru, Serguêi Chevelev, prevê um aumento nos preços dos seus produtos. “O avanço não será brusco. Noventa por cento dos nossos produtos importados até o novembro de 2014 sofrerão pequenos reajustes nos preços ou poderão até ficar estáveis. Já negociamos com os nossos fornecedores e reduzimos as despesas logísticas. Talvez isso nos ajude a manter os preços na mesma faixa”, diz o empresário.

 

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