Presente iniciativa é parte de um programa mais amplo para incentivar os cidadãos a serem mais saudáveis Foto: TASS
Em entrevista ao jornal russo “Izvéstia”, o diretor do Departamento de Meio Ambiente e Segurança do Ministério do Trabalho, Valéri Korj, declarou que um artigo do Código do Trabalho russo obriga as empresas a gastarem 0,2% dos seus custos operacionais para melhorar as condições de trabalho e saúde dos trabalhadores.
“Os funcionários podem sugerir a seus empregadores para gastarem esse dinheiro com programas voltados a saúde e boa forma”, disse Korj. Nos anos anteriores, o dinheiro era destinado apenas para melhorar a segurança no local de trabalho.
Korj acrescentou que há muitas opções para as empresas interessadas em ajudar os seus trabalhadores a ficar em forma, como acordos especiais com academias locais, programas de exercício no próprio escritório ou aluguel de instalações próximas à companhia para sessões de treinamento.
A sugestão não encontrou apoio entre muitos empregadores. “Temos nossos próprios programas de fitness corporativo com descontos. As pessoas sabem que o esporte ajuda a aliviar o estresse e desligar o cérebro, mesmo sem qualquer ordem do ministério”, diz Anna Amelkina, chefe da assessoria de imprensa no banco VTB24.
Andrêi Zaitsev, diretor da Naumen, que opera call centers na Rússia e no exterior, é ainda mais direto em suas críticas. “Eu sou a favor do esporte e espero que todo mundo seja, mas sou contra todas as medidas adicionais que recairão sobre os empregadores. A empresa paga salários, e cabe ao trabalhador decidir como quer gastá-lo”, disse Zaitsev, acrescentando que a obrigatoriedade de cobrir tais custos poderia forçar os empregadores a reduzir os ordenados.
De volta à URSS
A presente iniciativa é parte de um programa mais amplo para incentivar os cidadãos a serem mais saudáveis. Essa tendência começou com o renascimento do G.T.O. no início deste ano – um acrônimo em russo para “Pronto para Trabalho e Defesa”. Esse programa foi introduzido pelo governo soviético em 1931, para “melhorar a educação física e a prontidão para a mobilização do povo soviético, principalmente a geração mais jovem”.
O programa de educação física foi desenvolvido por organizações profissionais, educacionais e esportivas soviéticas, englobando pessoas entre 10 e 60 anos. Quem passava nos testes de aptidão do G.T.O. era premiado com medalhas e broches. O programa foi abolido em 1991, junto com o fim da União Soviética.
Em março passado, o presidente Vladímir Pútin assinou um decreto para retomar o programa, com algumas alterações, e agora está disponível para crianças a partir dos seis.
A técnica de natação Olga Hilal acredita que a União Soviética era um país melhor do que a Rússia em termos de condicionamento físico da população. “Na URSS, a saúde nacional tinha mais destaque: instalações esportivas gratuitas foram abertas para crianças, enquanto os adultos pagavam um preço baixo para frequentar aulas. Promovia-se a saúde em geral, e não só o fator estético.”
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