Voluntários acompanham jovens até as casas durante a noite

O grupo já entregou os documentos para a oficialização do estatuto oficial de movimento regional sócio-juvenil Foto: Lori / Legion Media

O grupo já entregou os documentos para a oficialização do estatuto oficial de movimento regional sócio-juvenil Foto: Lori / Legion Media

Após casos de polícia recentes terem tirado o sono dos moradores de Níjni Novgorod, o movimento “Estarei ao Seu Lado” começou a prestar auxilio a quem precisa ser acompanhado até em casa à noite.

Surgido na cidade de Níjni Novgorod, o movimento “Estarei ao seu Lado”, que dá auxilio a quem precisa ser acompanhado até em casa à noite, já atraiu dezenas de jovens voluntários.

Casos de polícia recentes ocorridos na cidade têm tirado o sono dos moradores. Um deles envolveu Maria Glíkina, de 19 anos, que após uma reunião com antigos companheiros de turma, marcou um encontro com uma amiga no centro da cidade.

Dez minutos antes da hora combinada, Maria ligou à amiga e disse seu paradeiro, mas não apareceu. Polícia e voluntários procuraram a jovem por toda parte. Passados dois dias, ela foi encontrada morta na garagem de um prédio, perto do local de onde usou o telefone pela última vez. O assassino continua sendo procurado.

Outra tragédia, por sorte, foi impedida. Também no centro da cidade, à luz do dia, um homem tentou arrastar para seu carro um jovem de nove anos, mesmo ao lado da escola. A criança foi salva pelo avô, que fora esperar o neto na saída da aula.

Seguindo as tristes notícias

“Acompanhei as notícias no meu computador. O último caso, que envolveu uma criança, só não teve um final trágico graças à intervenção de um senhor de idade. Pensei que, se na nossa cidade há tantos jovens fortes e de boa vontade, por que não nos unirmos para dar uma mão a quem precisa de ajuda?”, diz Dmítri Novossiolov, de 27 anos, dirigente do movimento.  

Dmítri está dedicando diariamente de quatro a cinco horas ao projeto de voluntariado, embora tenha um emprego fixo. Agora, o “Estarei ao Seu Lado” tem três coordenadores. No entanto, os ativistas pensam aumentar este número futuramente. Há turnos diários, por vezes com duração de quase 24 horas.

O grupo já entregou os documentos para a oficialização do estatuto oficial de movimento regional sócio-juvenil. Por enquanto, 16 voluntários se registraram e já estão operando nas ruas. Mais 60 requerimentos de admissão estão em fase de análise: cada candidato é avaliado por ativistas e por policiais.

Algumas pessoas já foram acompanhadas por voluntários mais de uma vez. Por enquanto, a maior parte de pedidos de ajuda vem de jovens mulheres, de 18 a 30 anos.

“Em média, durante o dia, se acumulam de 6 a 12 pedidos”, informa Dmítri.

O atendimento telefônico ocorre das 17h à 0h. Os voluntários têm um escritório com um telefone fixo e um coordenador de serviço. Sua missão é controlar o trabalho dos ativistas e manter a ligação com quem pediu auxílio.

Durante a primeira semana de existência, 1.200 usuários se registraram na rede social do movimento. No futuro, se planeja ampliar o projeto, para prestar apoio a todos que se sintam em situação delicada.

Movimento social do mesmo gênero, o “Irmãos pelas Irmãs” já opera em S. Petersburgo e Tcheliabinsk (a 634  km e 1.494 km de Moscou, respetivamente).

 

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