Governo russo discute combate ao extremismo

O problema do extremismo continua sendo um dos principais assuntos na Rússia Foto: Aleksandr Riúmin/TASS

O problema do extremismo continua sendo um dos principais assuntos na Rússia Foto: Aleksandr Riúmin/TASS

Durante os debates sobre da nova estratégia de combate ao extremismo realizados na reunião do Conselho de Segurança Nacional em 20 de novembro, o presidente Vladímir Pútin ressaltou a importância de prevenção dos tumultos de natureza política e dos conflitos interétnicos, que, segundo ele, favorecem o nascimento de movimentos extremistas.

Em 20 de novembro, os participantes da reunião do Conselho de Segurança da Federação Russa debateram a nova estratégia de combate ao extremismo que será realizada pelo governo nacional até 2025. No decorrer do evento, o presidente russo, Vladímir Pútin, afirmou que os movimentos extremistas exercem papel de ferramenta geopolítica e provocam a divisão de poder e influência na atual comunidade mundial.

Pútin citou exemplos das consequências negativas que as "revoluções coloridas" trouxeram para os seus respectivos países, ressaltando a importância da sua prevenção no território russo. 

Especialistas entrevistados pela Gazeta Russa analisaram a posição do chefe do governo russo e apontaram a inexistência de quaisquer motivos para o surgimento de revoluções de natureza política no território nacional, mas ressaltaram a presença de ameaças potenciais vindas de movimentos extremistas e conflitos interétnicos.

Na opinião de Dmítri Trénin, diretor da filial moscovita do Fundo Carnegie, o problema do extremismo continua sendo um dos principais assuntos na Rússia.

"O longo e difícil processo de transformação do Estado russo num país multiétnico é uma das consequências do seu passado imperial. Preservar a integridade da Federação Russa, que abriga mais de 100 nacionalidades concentradas dentro das próprias unidades administrativas, chamadas de repúblicas, não é uma tarefa fácil para nenhum governo, principalmente na presença de uma crise econômica, uma fonte infinita de insatisfação da população", explica Dmítri.

"A situação não resolvida no solo ucraniano prejudica a imagem do Vladímir Pútin e de seu governo e diminui a sensação de segurança dentro do país. No entanto, a probabilidade do surgimento de revoltas por motivos políticos, na minha opinião, continua sendo pequena", acrescenta.

Vladímir Jaríkhin, vice-diretor do Instituto dos Países da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), compartilha o ponto de vista do colega, porém acredita que o governo russo deve priorizar a detecção e a rápida eliminação das situações capazes de se transformarem em tumultos políticos.

"Apesar da existência de movimentos extremistas e do alto risco de revoltas capazes de desequilibrar a situação política, os atuais altos índices de aprovação do presidente russo diminuem a probabilidade deste evento indesejável. Caso o governo atual siga os exemplos dos Estados Unidos, da Europa ou da China e esteja disposto a defender a sua permanência no poder usando todos os recursos previstos pela constituição, os pequenos grupos de cidadãos não satisfeitos terão poucas chances de provocar uma verdadeira revolução”, explica ele.

 

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