Pesquisa revela preocupação dos russos com possível invasão on-line

5% dos cidadãos russos acreditam estarem sendo vigiados no ambiente virtual Foto: Alamy/Legion Media

5% dos cidadãos russos acreditam estarem sendo vigiados no ambiente virtual Foto: Alamy/Legion Media

De acordo com resultados de pesquisas recentes, a maioria dos usuários de internet russos teme o roubo dos seus dados pessoais através, por exemplo, do grampeamento das webcams e a vigilância por parte de hackers ou serviços de inteligência.

Conforme resultados de pesquisa do site da desenvolvedora russa de antívirus Kaspersky Lab revelados este mês, 52% dos cidadãos da Rússia temem a invasão da sua vida particular feita através das webcams dos seus computadores pessoais.

A pesquisa, projeto conjunto da Kaspersky Lab e da B2B International, agência internacional de pesquisas de marketing, foi realizada em meados de 2014 e contou com a participação de 11 mil usuários de internet de vários países, dos quais os entrevistados russos demonstraram uma grande preocupação com a possível vigilância através de webcams –26% deles confessaram de tampar as lentes dos dispositivos nos seus computadores pessoais, enquanto outros 5% colam adesivos nas câmeras de celulares a fim de minimizar o risco de acesso não autorizado às suas vidas particulares.

Instrução de espionagem 

A posição dos usuários russos de internet não pode ser considerada isenta de qualquer fundamento, pois a espionagem na rede global por meio do acesso às webcams alheias não apenas faz parte da realidade, mas tem muita procura pelas pessoas interessadas. Uma simples busca revela centenas de páginas com instruções de acesso às webcams remotamente, links para o software correspondente e os manuais do seu uso. Os especialistas da Kaspersky Lab concordam com os receios.

"Sem dúvida, as webcams são as ferramentas frequentemente utilizada para ações criminosas no ambiente virtual", comentou a empresa no seu site oficial, www.kaspersky.ru. 

Quem vigia

Os usuários russos estão preocupados com a segurança das suas atividades profissionais e do processo de socialização na internet não apenas devido à possibilidade técnica de serem vigiados pelo webcam, mas também  por causa do possível acesso não autorizado às suas informações confidenciais disponibilizadas nas redes sociais, que em qualquer momento pode ser adquirido pelo governo nacional ou por serviços de inteligência.

De acordo com os resultados de pesquisa realizada pelo Centro Analítico de Iúri Levada no início do segundo semestre deste ano, 35% dos cidadãos russos acreditam estarem sendo vigiados no ambiente virtual. No entanto, outros 34% não duvidam da segurança das suas informações disponibilizadas na internet, enquanto a parcela restante de entrevistados não leva a sério as suspeitas de virar objeto de vigilância do governo do país.

Em busca dos perseguidores

Na opinião de Pável Ponomariov, psicólogo social e psicoterapeuta, a presente preocupação pode ter sido provocada pela atual situação política no país.

"A partir de 2013, tem sido publicado na mídia russa uma série de materiais citando os escândalos de espionagem, inclusive referentes à vigilância organizada pelo serviço secreto americano que afetou grande quantidade de cidadãos americanos e estrangeiros, assim como os líderes mundiais. As notícias acabaram criando certa insegurança em cidadãos comuns", disse Ponomarev.

Na opinião do psicólogo, já é possível notar uma preferência pelo anonimato e o abandono das redes sociais, apesar de o fenômeno ainda não atingir tamanho significativo.

 

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