Atualmente, 555 mil pessoas cumprem penas em instituições do FSIN Foto: Getty Images/Fotobank
Em entrevista à Gazeta Russa, a chefe da assessoria de imprensa do Serviço Penitenciário Federal (FSIN, na sigla em russo), Christina Belousova, negou os comunicados divulgados anteriormente que falavam sobre o emprego de prisioneiros na construção da ponte sobre o estreito de Kerch, que ligará a parte continental russa com a Crimeia.
Anteriormente, uma série de reportagens havia informado sobre os planos de Moscou de aproveitar os prisioneiros em trabalhos de construção, citando afirmações feitas pelo vice-diretor do FSIN, Oleg Korchunov, em uma entrevista ao jornal russo "Kommersant".
"Grandes recursos serão exigidos para a construção da ponte sobre o estreito de Kerch – será preciso fazer concreto armado e trabalhar com metalurgia. Nós temos condições de ajudar e esperamos que haja grandes pedidos, por isso pretendemos conectar a sua execução aos presídios de todo o sul da Rússia. Além disso, seria uma ótima oportunidade para os prisioneiros ganharem dinheiro", disse Korchunov.
No entanto, de acordo com a declaração da chefe da assessoria de imprensa do órgão federal, as palavras do vice-diretor do FSIN foram interpretadas de maneira incorreta.
"Na entrevista nem uma única palavra foi dita sobre o envio de prisioneiros para a construção da ponte sobre o estreito de Kerch. Não faremos isso, não temos o direito de utilizar os detentos na construção. Não sei quem poderia ter invertido todo o sentido da entrevista”, disse Belousova à Gazeta Russa.
De acordo com ela, o FSIN está disposto a envolver as empresas que existem nos presídios na fabricação de materiais de construção ou outros componentes, porém o órgão não possui contratos ou acordos com as autoridades.
A ponte sobre o estreito de Kerch ligará diretamente a parte continental da Rússia com a Crimeia. Atualmente, é possível chegar à península a partir do continente, pelo território da Ucrânia, ou atravessando o estreito com uma balsa.
Segundo declarações do vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmítri Kozak, o preço da construção da ponte oscila entre 150 e 200 bilhões de rublos (de R$ 9,3 milhões a R$ 12,4 milhões de reais). Estão sendo analisados 74 projetos com diferentes orçamentos.
O trabalho dos detentos na Rússia
Atualmente, 555 mil pessoas cumprem penas em instituições do FSIN. "Entre eles existem deficientes, pensionistas, mulheres com crianças, ou seja, aqueles que não podem trabalhar. Apenas 252 mil pessoas estão em condições de trabalhar, sendo que dentro do sistema do FSIN existem 110 mil vagas de trabalho. Ainda assim, 217 mil pessoas estão empregadas", disse Korshunov em entrevista ao jornal “Kommersant”.
Segundo o vice-diretor, os detentos produzem mais de 100 mil itens de mercadorias, totalizando o valor de 32 bilhões de rublos por ano (aproximadamente R$ 1,9 bilhão). O FSIN também planeja criar um centro para disponibilizar contratos de trabalho para os detentos.
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