Medidas proibitivas vêm sendo reforçadas pela chamada "lei antigay" Foto: Getty Images/Fotobank
O site de notícias culturais Colta.ru publicou na semana passada uma carta aberta do Ministério da Cultura, exigindo que os organizadores do festival excluíssem “A alma de um travesseiro”, de Oljas Janaidarov, da programação do evento.
A peça, que seria apresentada no Festival Internacional do Livro de Moscou, conta a história da amizade entre um travesseiro e um menino em um jardim de infância.
A polêmica surgiu também porque o travesseiro da peça era chamado Grechik, da palavra russa “Grechka” (ou trigo-sarraceno), isto é, um nome masculino.
O ministério também proibiu a peça adulta “Herbívoros”, de Maksim Kurotchkin, pelo uso de palavrões em cena.
“O conteúdo de ambas as peças vai contra os valores morais tradicionais da cultura russa”, diz a carta assinada pelo primeiro vice-ministro da Cultura, Vladímir Aristarkhov.
O ministério não tinha autoridade formal para banir as obras, mas adiantou que iria retirar o seu nome do festival se as peças permanecessem na programação. As apresentações foram reagendadas para exibição em um local independente, acrescentou o Colta.ru.
O jornal do ministério, intitulado “Kultura”, já havia criticado as apresentações de “Herbívoros” e “A alma de um travesseiro”, ambas encenadas por diretores premiados no país. Um artigo publicado em abril passado descrevia as duas e um punhado de outras peças modernas como “repugnantes” e “perigosas para a saúde”.
O Ministério da Cultura da Rússia tem intensificado suas atividades ideológicas sob o comando de Vladímir Medinski, especialista em relações públicas e patriota fervoroso.
Entre as polêmicas recentes, figura a proibição de distribuição de vários filmes e trabalhos do artista Avdei Ter-Oganian, que seriam expostos no Louvre, em Paris.
Publicado originalmente pelo The Moscow Times
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