Foto: RIA Nóvosti
Nos últimos dias, mais de 3.000 casas ficaram alagadas no Território de Altaí, provocando a evacuação de 7.500 pessoas. Nos primeiros momentos da enchente, alguns moradores tentaram salvar suas propriedades da força das águas, mas a situação se agravou no fim de semana. Mesmo assim, muitos decidiram pela não evacuação e permaneceram em suas casas.
Este é o caso de Victor Eremeiev, cuja esposa leva diariamente de barco uma garrafa térmica com chá quente, sanduíches e outros alimentos. Elena, moradora da vila de Malougrenevo, encontra-se em uma situação parecida. Em entrevista ao jornal local, ela conta que o nível das águas subiu a uma velocidade sem precedentes, e a casa de dois andares, que parecia ser um lugar seguro, tornou-se uma armadilha fatal.
Os moradores locais criticaram a lentidão das equipes de resgate. Durante três dias, funcionários dos serviços de emergência trabalharam na esperança de salvar vidas. No entanto, as enchentes foram as piores registradas em 50 anos e causaram a morte de, pelo menos, seis pessoas. A Defesa Civil distribuiu botes infláveis e roupas de mergulho, e muitos moradores juntarem-se às equipes dos bombeiros na busca de desaparecidos.
O primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev instruiu o governo federal a avaliar os danos das inundações na Sibéria para determinar o montante da indenização das vítimas. Paralelamente, o ministro para Situações de Emergência, Vladímir Puchkov, informou que a compensação pelas perdas deve começar a ser paga ainda esta semana.
Na manhã desta terça-feira (4), os sites das administrações regionais divulgaram que o nível das águas estava diminuindo em quase todos os rios do Território de Altaí, e os moradores já retornavam para suas casas. Mais tarde, contudo, surgiu a informação de que o nível do rio Ob, em Barnaul, estaria subindo novamente.
Causas das inundações
É o segundo ano consecutivo que o Extremo Oriente russo é afetado por graves enchentes. De acordo com o diretor do Serviço Federal de Monitoramento Hidrometeorológico e Ambiental da Rússia (Rosgidromet, na sigla oficial), Iúri Varakin, as causas das inundações foram as mudanças da circulação de massas de ar sobre o sul da Sibéria e do Extremo Oriente do país.
“No início de julho de 2013, formou-se uma zona estacionária sob a cidade de Priamurie, que, durante dois meses, se movimentaram em correntes profundas de massas ar, causando fortes chuvas e ciclones na Região de Amur e na Região Autônoma Judaica. “A partir de agosto do ano passado, observou-se um aumento no nível de precipitação anual”, diz Varakin.
Essa opinião é reverberada pelo diretor-executivo do Comitê Nacional para o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, Viktor Usov. Segundo ele, os processos cíclicos são reforçados por ações humanas. “É impossível prever com 100% de certeza os efeitos dessas inundações, mas cientistas russos e estrangeiros possuem meios e equipamentos para minimizar os danos causados pela natureza”, afirma Usov.
Em 2013, os danos das inundações no Extremo Oriente russo, somente no setor agrícola, ultrapassaram os 10 bilhões de rublos. As precipitações causaram também excesso nos reservatórios das hidrelétricas de Zeia e Bureiskaia, forçando a abertura das comportas. Também no ano passado, 126 cidades na região de Amur foram inundadas, afetando 37.000 moradores locais.
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