As aulas não são baratas. Tudo depende dos interesses dos professores Foto: Shutterstock
Cada um se arranja de forma diferente no mercado de estrangeiros que ensinam suas línguas maternas na Rússia. O mexicano Jorge, por exemplo, estuda na Academia de Música Gnesini e dá aulas de espanhol paralelamente em um centro de cultura espanhola. Já o chinês Zen tem uma namorada russa com quem tem aulas de russo em troca de lições de chinês.
Entretanto, o mais comum é que o ensino de línguas estrangeiras seja conduzido por profissionais. Hugh Kieran McEnaney, irlandês de 44 anos, é professor de inglês em Moscou há mais de 6 anos:
“Decidi embarcar na carreira de professor porque não falava nada de russo e tive um treinamento de coaching empresarial por cinco anos na Irlanda.”
Com o salário de professor, McEnaney comprou um carro e uma casa na região de Orel, onde encontrou sua esposa e agora aluga um apartamento em Moscou. Tem, em média, oito alunos por dia.
A situação de Guido, da Espanha, é um pouco diferente. É formado em Letras e adora viajar pelo mundo.
“Ensinar sua língua materna no exterior é uma maneira de combinar o interesse de viajar e a carreira. Estudei Letras e não havia muitas portas abertas para as pessoas com esta formação, o ensino é provavelmente o mais popular e acessível”, afirma.
Basicamente, Guido dá aulas para estudantes universitários que preferem praticar espanhol com nativos. Mas ele ainda não consegue manter uma renda estável.
“Você precisa ter vários empregos
para conseguir um bom salário.”
Aulas caras
As aulas não são baratas. Tudo depende dos interesses dos professores, mas há
valores médios de mercado seguidos. Anna Genova, que viveu muito tempo nos EUA
e agora voltou a Moscou, diz que as aulas particulares de inglês com falantes
nativos americanos custam em média 1.000 rublos por hora, ou seja, mais ou
menos US$ 30.
O lucro depende das habilidades empreendedoras do professor e da quantidade de alunos regulares que ele encontra.
“O perfil varia muito”, diz Anna. “São alunos que enfrentam dificuldades na escola, que estão se preparando para algum teste de proficiência ou apenas adultos que querem bater papo em inglês.”
Em aliança com os profissionais
Mas será que é realmente importante ter aulas de idiomas com falantes nativos? Os
professores estrangeiros, muitas vezes, não têm formação pedagógica, enquanto
que um professor russo experiente sabe melhor a gramática do que o falante
nativo e é mais capaz de ensiná-la.
Comissão elabora projeto para aumentar fluxo de estudantes estrangeiros
“Polícia ortográfica secreta” substitui “fascistas da linguagem” do idioma russo“Nós praticamos frequentemente o chamado aprendizado combinado”, diz Valerie, uma professora de francês. “Em um primeiro momento os alunos têm aulas com professores russos na Universidade Pedagógica e depois eles vêm praticar comigo. Eu posso dar-lhes uma orientação mais correta sobre a pronúncia com ajuda de vocabulário cotidiano.”
A mesma língua
O mercado neste ramo é livre. Como regra geral, os professores e os estudantes
procuram uns aos outros em fóruns e redes sociais, bem como utilizam recomendações
de amigos. As aulas ocorrem em casa, em cafés e, às vezes, até por Skype.
É difícil avaliar a qualidade do ensino e sua avaliação. As aulas são ministradas por profissionais, estudantes e até mesmo turistas. Cada um possui um nível diferente, uns ensinam há anos e outros acabaram de entrar no mercado. O sucesso do ensino depende, em grande parte, da compatibilidade professor-aluno. Se eles se dão bem, logo conseguem falar a mesma língua.
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