Blogueiros ironizaram ação qualificando-a como “plano bem-elaborado” Foto: ITAR-TASS
“Os tanques foram lançados justo contra a população do sudeste ucraniano que exigiram respeito aos seus direitos legais. Será que isso poderia ser chamado de diálogo político inclusivo e reforma constitucional?”, escreveu Konstantin Dolgov, representante de direitos humanos no Ministério de Negócios Estrangeiros da Rússia, em seu Twitter no último dia 15. A presente situação, segundo o diplomata, não permite a realização das eleições livres e democráticas em território ucraniano.
Temor semelhante foi demonstrado pelo membro de oposição e copresidente da Aliança dos partidos Verde e Social-Democrático, Guennádi Gudkov. “Estou com receio de que já não seja mais possível evitar uma guerra civil. O governo do país solicitará ajuda dos países ocidentais que, por sua vez, precisarão tomar as providências. É uma situação perigosa”, declarou.
As parcerias das autoridades ucranianas com os chefes dos estados europeus e dos Estados Unidos também viraram motivo de debate. O apresentador do canal estatal Rossia 1, Vladímir Soloviev, comentou em rede nacional a proposta de realização de uma missão militar conjunta na região leste da Ucrânia apresentada pelo governo do país à Organização das Nações Unidas. “O comportamento das autoridades ucranianas pode ser comparado a uma criança ofendida pelos colegas que pede ajuda ao irmão mais velho”, disse.
Aram Gabreliánov, famoso publicitário que apoia o partido governista Rússia Unida, responsabilizou, contudo, os Estados Unidos pelos atos de violência. “Os chefes da Ucrânia enlouqueceram de vez, quando resolveram preparar uma missão militar contra o próprio povo. O plano dos americanos é bastante claro, pois eles pretendem introduzir o exército da Otan no meio de uma guerra civil”, alegou.
No última quarta-feira (16), o empresário, fotógrafo amador e blogueiro Iliá Varlamov lamentou na sua conta no Twitter as notícias referentes aos últimos eventos, afirmando que a “brincadeira com a participação do exército foi um verdadeiro absurdo”.
Eduard Limonov, escritor, representante da oposição e adepto aos movimentos políticos de extrema esquerda, acredita que as ações dos militares ucranianos não passam de uma apresentação teatral sofisticada. “O presente acontecimento cria a impressão de que as autoridades do país pretendam iniciar uma guerra publicitária, usando como figurantes o próprio exército”, escreveu em seu blog
A comunidade dos blogueiros russos também mergulhou em debates provocados sobre a entrega de equipamentos militares pelas forças armadas ucranianas às tropas irregulares da cidade de Kramatorsk. “A atitude do exército ucraniano surpreende. Os próprios militares repassaram os veículos blindados aos grupos chamados por eles de terroristas”, disse Aleksêi Naválni, líder da oposição russa e fundador do Partido do Progresso, em seu Twitter.
Muitos blogueiros não conseguiram segurar a ironia e chamaram a decisão de um “plano bem-elaborado”. Pela declaração sarcástica do Rustem Adagamov, representante de oposição, “as forças armadas ucranianas fizeram um ótimo jogo em assumir o lado dos separatistas, pois assim eles podem sabotar as suas atividades do lado de dentro”.
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