Capital russa apresenta todas as condições para o surgimento de conflitos étnicos Foto: Vladímir Astapkovitch/RIA Nóvosti
O estudo “Ramos da Ira”, desenvolvido pelo Centro de Conflitos Étnicos da Agência de Informação Federal Klub Regionov, demonstra que a sociedade russa permanece dividida no que tange a assuntos sociais, ideológicos, culturais e nacionais. Entre as principais causas de tensões étnicas, os autores citaram a imigração descontrolada, falta de política nacional coesiva, ignorância da população em relação à situação real e falta de diálogo interétnico.
O resultado da pesquisa é um mapa interativo onde as regiões da Rússia foram pintadas de cinco cores – do vermelho, cor que revela maior tensão, a azul, marcando as regiões mais pacíficas. Moscou, São Petesburgo, Daguestão, Stavropol e Tatarstão apareceram como “vermelhas”, já que nessas regiões foram registradas diversos casos de ações violentas.
Segundo eles, Moscou é atraente para os imigrantes por causa do alto nível de desenvolvimento econômico e oportunidades de emprego. Mas, paralelamente, a capital russa apresenta todas as condições para o surgimento de conflitos étnicos, como alta densidade populacional, forte estratificação social, dinâmica intensa de processos políticos e alta taxa de criminalidade. Eles
“O clima de protesto em Moscou só vai aumentar. Representantes de algumas diásporas dizem que é mesmo possível uma guerra interétnica”, afirma Oleg Atmachkin, diretor do Centro para a Promoção da Cultura dos Povos do Mundo. O estudo mostra ainda que a desestabilização da situação em Moscou conduz ao aumento da tensão em todo o país.
O Cáucaso do Norte também tem um impacto negativo sobre as regiões circundantes, como “fonte independente de tensão”, além de regiões da Sibéria, cujo fator desestabilizador pode ser a expansão do radicalismo islâmico, e no Extremo Oriente, onde a presença de trabalhadores sazonais da China aumenta as chances de conflita.
Na categoria “azul”, o destaque vai para regiões de Kabardino-Balkária, Karatchaiev-Tcherkássia, Tchetchênia, Kalmíkia, Khakássia e Mordóvia. Embora algumas delas apresentem questões étnicas complexas, foram consideradas pacíficas por causa do número de incidentes ocorridos durante o período analisado.
O próximo estudo do grupo, previsto para a segunda metade deste ano, vai expor as principais recomendações às autoridades de regiões confrontadas com tensões étnicas. De acordo com chefe do Klub Regionov, Serguêi Starovoitova, a recém-anexada República da Crimeia ficará provavelmente localizada “em algum lugar entre as regiões amarelas e laranja”.
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