Um dos projetos de ajuda psicológica mais eficazes na escola é quando o apoio psicológico inicial é dado pelos próprios alunos Foto: ITAR-TASS
Marina Prozorovskaia trabalhava como psicóloga em uma escola desde 1997, mas há seis meses decidiu largar o emprego o trabalho e cursar jornalismo. Ela começou a trabalhar como psicóloga infantil logo após terminar o Instituto Pedagógico e recorda como alimentava o sonho de ajudar os adolescentes a superar a idade difícil.
“Eu gostava de observar as pessoas, conversar com minhas amigas e tentar entender as transformações, e isso era o caminho direto para a psicologia”, conta Prozorovskaia. “Agora eu entendo que, ás vezes, um sorriso amigável em um lugar inesperado pode ser tão útil quanto uma consulta paga.”
Na escola, ela tinha dificuldade em entender se os seus esforços trariam resultados ou se eram apenas a solução permanente para os problemas atuais. “Trabalhei em uma escola onde havia serviço completo de atendimento psicológico, e não apenas uma pessoa. Mas, apesar disso, muitas crianças nem sabiam que existíamos”, diz.
A especialista acredita que era difícil trabalhar com os alunos porque, na maioria dos casos, eles tinham que os observar de fora, já que as crianças raramente vinham por si mesmas a uma consulta. “Eles não procuram os psicólogos escolares não confiam em suas aptidões e não acreditam na confidencialidade da informação na escola. Penso que o trabalho é mais eficaz quando feito fora do sistema de ensino”, explica. As crianças também costumavam desabafar mais com os professores, por serem mais próximos.
Na Rússia, o psicólogo escolar trabalha principalmente com as crianças das séries mais baixas, quando ainda estão aprendendo a se adaptar e desenvolver em um novo ambiente. O foco também está nas turmas da quinta série em diante, com discussões em torno da futura profissão.
Psicólogo mirim
“Existe o mito de que o psicólogo tem uma espécie de raio-X que consegue, apenas observando, ver todos os motivos do indivíduo, suas aspirações e estado mental. Nós conseguimos ver isso apenas com um trabalho individual longo e minucioso. Caso a pessoa não queira se abrir, não existe nenhum método que a force a fazê-lo”, garante Prozorovskaia.
Um dos projetos de ajuda psicológica mais eficazes na escola é quando o apoio psicológico inicial é dado pelos próprios alunos. “Os meus colegas organizaram um projeto chamado ‘Pessoas de confiança’. Identificamos as crianças com maior aptidão para esse tipo de trabalho e fizemos aulas com elas”, lembra.
Caso surgisse algum problema, os alunos se dirigiam a esses colegas treinados. “Esse esquema funcionou muito bem, porque as crianças tendem a confiar nos seus pares e não nos adultos. Em caso de necessidade, eram essas crianças preparadas que traziam os seus colegas até o psicólogo escolar.”
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