Com 30% de alunos estrangeiros, universidade busca novos talentos

"RUDN é um grande laboratório onde os estudantes ganham experiência de trabalho em equipes internacionais" Foto: ITAR-TASS

"RUDN é um grande laboratório onde os estudantes ganham experiência de trabalho em equipes internacionais" Foto: ITAR-TASS

Vladímir Filippov, reitor da Universidade Russa da Amizade dos Povos (RUDN, na sigla em russo), contou à Gazeta Russa como instituição evoluiu desde sua fundação sob governo soviético, oferecendo ensino a pessoas de mais de 140 países atualmente.

Gazeta Russa: O que mudou na formação dos alunos da RUDN em comparação ao período soviético?

Vladímir Mikhailovich: Nos últimos 20 anos, o ensino superior se massificou no mundo inteiro. Como é do conhecimento de todos, na produção em massa a qualidade do produto é sempre diferente. Os diplomas russos nas áreas da Engenharia, Física, Matemática e das Ciências Médicas continuam sendo prestigiados mundo afora, talvez porque os programas são unificados pelo governo.

Foto: Press Photo

Quando estávamos passando para o sistema de bacharel e mestrado na Rússia, decidimos analisar a experiência mundial. Realizamos um estudo do curso de jornalismo em 19 universidades americanas. Descobrimos que, entre elas, havia apenas duas disciplinas em comum: inglês e história dos Estados Unidos. Todas as outras disciplinas são diferentes. Mas aqui há uma garantia determinada de disciplinas específicas, às quais será destinado um número exato de horas.

GR: E como a universidade se mantém atualizada com o mercado de trabalho e com as reais necessidades da sociedade?

VM: Este ano, alunos de 147 países do mundo estão estudando na RUDN. Não temos como atender às necessidades específicas de cada um desses lugares, mas fornecemos conhecimentos fundamentais que permitam ao estudante ocupar cargos públicos e na esfera dos negócios.

GR: O potencial desses jovens é usado na própria universidade?

VM: A RUDN é um grande laboratório onde os estudantes ganham experiência de trabalho em equipes internacionais. Fora isso, enquanto acumulam conhecimentos profissionais, eles ganham o contato com pessoas de diversos países de todo o mundo.

GR: Qual é a proporção de cidadãos russos entre os alunos?

VM: Durante o período soviético, 70% dos estudantes da universidade eram estrangeiros e 30%, soviéticos. Mas agora acontece o contrário: temos 70% de russos e 30% de estrangeiros. Seja como for, temos uma meta, que é formar pessoas que dominem, no mínimo, dois idiomas estrangeiros.

GR: Há aulas em idiomas estrangeiros?

VM: Desenvolvemos programas de mestrado em inglês e espanhol. Temos grupos que usam apenas inglês, do primeiro ao último ano, até mesmo na faculdade de medicina.

GR: Qual é o processo para obtenção de bolsa aos estrangeiros interessados?

VM: Atualmente há uma Comissão Especial no âmbito do Ministério da Educação e Ciência da Rússia, que analisa o caso de cada estrangeiro que se candidata a uma bolsa de estudos. A condição mínima é que tenha desempenho de 70% nas disciplinas do currículo escolar.

 

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