Salários altos atraem mais profissionais para o serviço militar

A maioria dos soldados que entram para o Exército pelo serviço militar obrigatório enfrentam certas dificuldades Foto: RIA Nóvosti

A maioria dos soldados que entram para o Exército pelo serviço militar obrigatório enfrentam certas dificuldades Foto: RIA Nóvosti

Pesquisa do Centro de Estudo de Opinião Pública da Rússia (VTsIOM) revelou que mais da metade dos russos almejam carreira militar para os seus parentes próximos. Segundo os especialistas, grande parte da população russa considera atualmente o serviço militar uma atividade profissional prestigiosa e bem-remunerada.

De acordo com o levantamento do VTsIOM, um em cada dois russos (53%) acredita nos benefícios de seguir uma carreira no Exército, contra 36% em 2010. Também foi constatada uma pequena redução na quantidade de entrevistados que consideram o serviço militar “uma atividade insensata que deveria ser evitada” – de 18% em 2010 para 16% em 2014.

Embora tenha dúvidas em relação à imparcialidade da pesquisa, o especialista em forças armadas Vladímir Dvorkin não descarta a possibilidade de uma parcela considerável da população de cidades pequenas considerar o serviço militar um ótimo emprego. “Eles enfrentam altas taxas de desemprego, o que estimula os jovens a escolherem uma carreira militar”, explica o especialista. “Mas em Moscou ou São Petersburgo, a situação é diferente.”

Valentina Melnikova, secretária-executiva da organização de direitos humanos Comitê das Mães de Militares, concorda com Dvorkin, mas acredita que o crescente prestígio do serviço militar se deve aos altos salários de oficiais e soldados voluntários contratados. “Os profissionais se sentem felizes fazendo parte do Exército devido aos altos salários e à possibilidade de tirar folgas regularmente”, diz.

Porém, a situação dos recrutas do serviço militar obrigatório não é idêntica. “Talvez as questões usadas pelos sociólogos na pesquisa sejam do caráter geral, pois as forças armadas russas compõem-se pelas pessoas dos níveis diferentes, e não seria correto comparar as condições de serviço dos soldados e dos oficiais”, afirma a ativista.

A maioria dos soldados que entram para o Exército pelo serviço militar obrigatório enfrentam certas dificuldades, como acesso a cuidados médicos adequados, por exemplo. “Quase nenhum deles declara as doenças crônicas ou segue todas as orientações da comissão médica, o que permite considerá-los aptos a servir nas forças armadas e aplicar uma pressão psicológica e física que eles, na verdade, não conseguem suportar”, comenta Melnikova. “Os recrutas voluntários possuem vantagens e têm direito de solicitar atendimento médico a qualquer momento.”

 

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