Atualmente, Koroliov encontra-se na prisão Butírskaia, uma das mais antigas e a maior da capital russa Foto: Andrêi Sténin/RIA Nóvosti
O russo Nikolai Koroliov, condenado à prisão perpétua pela explosão no mercado Tcherkizovski, em Moscou, fez recentemente um pedido inusitado para alguém na sua situação: redigiu uma petição para o Serviço Penitenciário Federal e para o Comitê Investigativo da Federação Russa solicitando permissão para ter um filho.
Nikolai já tem dois filhos, mas do primeiro casamento. Verônica, sua esposa atual, apesar da severa punição aplicada a seu marido, quer dar à luz a um filho dele. Nas atuais circunstâncias, isso é possível com a ajuda fertilização in vitro.
Atualmente, Koroliov encontra-se na prisão Butírskaia, uma das mais antigas e a maior da capital russa, também chamada de Butirka. Está aguardando a decisão sobre “o caso da paternidade" e redigindo declarações para a Procuradoria Geral nas quais confessa a sua culpa. Ele é conhecido pelo apelido de “quinquagésimo quinto” (55º), tem 33 anos e é neonazista.
Em fevereiro de 2001, Koroliov criou o SPAS, um clube esportivo-militar onde realizava o treinamento de combate corpo a corpo e combate com o uso de faca. Os alunos de Koroliov estão envolvidos em uma série de crimes graves e assassinatos motivados pelo ódio étnico. Entre eles, o assassinato na estação Pushkinskaia do Metrô e a explosão no mercado, que matou 14 pessoas, incluindo duas crianças. Em setembro de 2006, ele foi preso. Em 2008, o Tribunal de cidade de Moscou condenou Koroliov à prisão perpétua.
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Pussy Riots são detidas em Sôtchi sob acusação de rouboEm 2010, ele casou-se com a sua segunda esposa no centro de detenção –um padre os abençoou em sua busca pela concepção de um filho valendo-se do método moderno.
“Do ponto de vista legal, não se pode proibir aos condenados ter filhos. Não existe tal lei. Por outro lado, existem disposições que indiretamente não permitem que isso aconteça: não se pode levar nada das penitenciárias e dos centros de detenção. Pode se coletar esperma, saliva e sangue do prisioneiro somente com a autorização de um investigador, no âmbito de um processo penal, quando for necessário provar o seu envolvimento em um estupro, assassinato etc. Mas um caso de fertilização in vitro nunca foi registrado. Penso que é melhor deixar tudo do jeito que está porque não se sabe que consequências essas mudanças poderiam acarretar”, diz o psiquiatra forense e doutor em ciências médicas professor Mikhail Vinogradov.
Publicado originalmente peloMoskóvski Komsomolets
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