Inverno quente afeta natureza selvagem na Rússia

Porém, de um modo geral, o inverno quente acaba sendo bom para todos os animais, já que, assim como o ser humano, quanto menos energia gastarem para se aquecer Foto: Dmítri Tretiakov/RIA Nóvosti

Porém, de um modo geral, o inverno quente acaba sendo bom para todos os animais, já que, assim como o ser humano, quanto menos energia gastarem para se aquecer Foto: Dmítri Tretiakov/RIA Nóvosti

Enquanto os Estados Unidos são assolados por onda de frio, inverno ameno se estende pelo território russo e provoca mudanças na vida selvagem. Ursos e ouriços não entraram em hibernação. As lebres brancas ficaram ainda mais evidentes e viraram alvo fácil de predadores. As madressilvas, no entanto, estão dando flor pela terceira vez este ano. Entenda o que mudou com o clima.

 “Para os caçadores é ruim, mas os animais agradecem”, brinca o professor da Universidade Agrária Estatal da Rússia, Evguêni Ieskov, ao falar sobre o clima incomum que prevalece na Rússia há quase dois meses. “Os caçadores geralmente aguardam em áreas de alimento, mas agora os animais não vão até esses locais, pois há comida por toda a floresta”.

Na porção europeia da Rússia, por exemplo, a temperatura média no inverno é de -9,4˚C. Entre dezembro de 2013 e a primeira quinzena deste ano, a temperatura média foi de 2˚C. Em algumas partes do país, a natureza se readaptou às condições climáticas, gerando fenômenos atípicos.

“A madressilva está florescendo pela terceira vez este ano”, conta o diretor do jardim botânico do Vilar (Instituto Russo de Plantas Medicinais e Aromáticas), Andrêi Tsitsílin. “Elas deram flor pela primeira vez em maio, como é suposto acontecer todos os anos, depois floriram no final de outubro e agora, novamente. Isso nunca tinha acontecido.”

Foto: Alamy/Legion Media

Alguns animais também são diretamente afetados pelas alterações do clima e vegetação. Esse é o caso das lebres brancas que, por estarem acostumadas a se camuflar na neve, ficaram mais evidentes. “As lebres brancas foram presas fáceis para os caçadores até ao primeira nevasca”, diz Ieskov.

Porém, de um modo geral, o inverno quente acaba sendo bom para todos os animais, já que, assim como o ser humano, quanto menos energia gastarem para se aquecer, mais energia tem para realizar as demais funções.

Os patos selvagens, por exemplo, ainda não levantaram voo. “O sinal de que é chegada a hora de partir é o aparecimento do gelo nas lagoas. Se não há gelo, não há porque voar para longe”, explica o professor.

Os ursos, por sua vez, só entram em hibernação quando começa a nevar constantemente. “Para os ursos esse tempo é bom. A hibernação em si é uma questão secundária, a primária é a comida. Se houver abundância, o urso não tem porque dormir. O mesmo vale para os ouriços”, acrescenta Ieskov.

 

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