Pílula contra gravidez na infância

Em Moscou e no interior meninas costumam ter relações sexuais e filhos mais cedo do que em outras áreas metropolitanas Foto: RIA Nóvosti

Em Moscou e no interior meninas costumam ter relações sexuais e filhos mais cedo do que em outras áreas metropolitanas Foto: RIA Nóvosti

Todos os anos 7,3 milhões de adolescentes com menos de 15 anos se tornam mães em todo o mundo – e as russas não são exceção. Aulas de educação sexual são apontadas por russos como solução para reduzir os índices de adolescentes grávidas.

Uma pesquisa conduzida pelo Serviço Federal de Estatísticas (Rosstat) em parceria com o Ministério da Saúde e com o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) revelou que o índice de “gravidez na infância” no país continua alta, embora menor em comparação a grande parte da Europa e EUA.

“O problema é que apenas uma em cada duas (53%) havia visitado o médico nos últimos 12 meses anteriores ao estudo”, aponta a pesquisadora do Centro de Estudos de Problemas da População da Universidade Estatal de Moscou, Irina Troitskaia.

As adolescentes russas, segundo a especialista, têm conhecimento insuficiente sobre como evitar uma gravidez indesejada. “A principal fonte de informação sobre relações sexuais poderia ser a escola”, diz Troitskaia. “Aliás, 85% dos entrevistados apoiam a inclusão da educação no currículo escolar.”

Porém, os russo se dividem quanto à idade para iniciar esse tipo de educação. Enquanto metade dos respondentes foi a favor de começar as aulas sobre parto antes dos 14 anos, a outra metade acredita que essas aulas deveriam ser adiadas para adolescentes entre 15 e 16 anos.

Outros estudos também mostraram que em Moscou e no interior as meninas costumam ter relações sexuais e filhos mais cedo do que em outras áreas metropolitanas. Além disso, quanto mais alto for o nível de instrução e a situação financeira da família, mais tarde tende a ser a sua primeira relação sexual.

Fazer ≠ Ensinar

Uma em cada quase dez mulheres acha que as escolas devem oferecer aulas de educação sexual, uma vez que “os professores comuns não são treinados para realizar essas aulas”, enquanto 7,1% acreditam que a educação sexual incentiva os adolescentes a ter relações sexuais mais cedo.

A existência de professores qualificados, bem como a elaboração de programas educativos e de livros didáticos específicos, são pré-requisitos para a inclusão no currículo escolar da disciplina. “A capacidade de falar sobre temas tão sensíveis não é menos importante do que o conhecimento do assunto em si”, diz Troitskaia.

Aborto é solução?

Na Rússia, o aborto é realizado a pedido da mulher para gestações até 12 semanas, e até 22 semanas por razões sociais. A interrupção voluntária da gravidez faz parte dos serviços de seguro de saúde obrigatórios para as mulheres e são gratuitos.

Em 2011, o número de abortos por mil mulheres em idade fértil foi de 26,7. Porém, de acordo com o Rosstat, o número de abortos começou a diminuir e a taxa de natalidade aumentou pela primeira vez em décadas.

 

Publicado originalmente pelo Moskóvski Komsomolets

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