Nem mesmo o congestionamento nos grandes centros urbanos desanima os futuros motoristas Foto: PhotoXPress
Parte 1 – Autoescola
Antes de tudo é preciso se matricular em uma autoescola qualquer. É nessa fase que começam os “encantos” do sistema burocrático russo. É preciso apresentar passaporte, fotografia e certificado médico para a Inspeção Estatal de Segurança de Trânsito (IEST), com pareceres de vários médicos que confirmem que pessoa em questão é apta a conduzir. Nas escolas de condução se propõe, sem rodeios, comprar um certificado desses por 500 rublos (US$ 15), sem nenhuma observação médica.
Os custos de ensino são variáveis e dependem da escola, mas a média é de 20 a 25 mil rublos (US$ 800 a US$ 900). Os custos incluem aulas teóricas e práticas, de 15 a 25 aulas no total, conforme conhecimentos e vontade dos formandos. Após a formação, há possibilidade de solicitar a instrutor aulas particulares.
Nas aulas teóricas são estudadas detalhadamente as regras de trânsito. Já as aulas de condução começam ao mesmo tempo com as teóricas, ou logo depois destas. As primeiras lições decorrem numa pista devidamente adaptada e é tudo bem parecido com o Brasil. É preciso fazer algumas manobras em uma área limitada, sem derrubar nenhum dos cones de tráfego. Depois, é hora de dar partida e sair com o carro em uma ladeira.
Parte 2 – Na rua
A segunda fase das aulas (e do exame também) é a condução nas vias urbanas autorizadas. Os prazos dependem do instrutor: alguns levam os alunos “para a cidade” já na terceira aula, quando os pupilos nem arrancar sabem, quanto menos conduzir. Outros “cozinham” os futuros motoristas na pista, até que todos os movimentos se tornem automáticos. O instrutor, desde o início, dá a entender que passar no exame sem aulas adicionais é praticamente impossível. E todos nós sabemos muito o motivo.
Parte 3 – Provas
Após as aulas e testes internos, que servem de ensaio para o exame oficial, chega a hora da verdadeira prova teórica. Em Moscou, há poucos postos da IEST que realizam testes e emitem cartas de condução, por isso neles se reúnem multidões e aguardam sua vez durante muito tempo.
“Compareci às 8 e, sendo uma das primeiras na fila, fiz o teste teórico só por volta das 10 horas”, conta uma motorista que participou do processo para obter a carteira. “O exame prático só foi acontecer lá pelas 13 horas.”
Quem faz o exame sem “ajuda adicional”, é obrigado a executar, de imediato, manobras complicadas, sem ter tempo para sentir o automóvel. Para a segunda fase, a de vias urbanas, os oficiais distribuem os futuros motoristas pelos carros – um processo que novamente leva horas e resulta na reprovação de muitas pessoas.
Apesar do entusiasmo de quem tira a carta e consegue um carro próprio, toda essa alegria chega ao fim quando se fica parado no engarrafamento de Moscou por várias horas.
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