Dispositivo para explosão teria sido colocado no meio da cabine e ativado remotamente Foto: Reuters
Um novo atentado aconteceu na manhã desta segunda-feira (30) em um trólebus cheio de passageiros que seguia em direção ao centro da cidade. A explosão destruiu completamente o veículo, e estourou janelas das casas vizinhas.
Autoridades locais relataram a morte de 12 pessoas, porém, de acordo com outra fonte, o número de vítimas fatais pode chegar a 15. O Ministério da Saúde também informou que outras 28 pessoas ficaram feridas, incluindo um bebê de seis meses que permanece em estado grave.
Segundo dados preliminares, o novo ataque não foi cometido por um homem-bomba. O dispositivo para explosão foi colocado no meio da cabine e ativado remotamente.
“Ao sair de casa, ouvi um grande estrondo e pessoas gritando. A princípio não notei que se tratava de um ônibus elétrico, de tão destruído que estava”, disse um dos moradores à agência de notícias RIA Nóvosti.
Um dia antes, uma explosão atingiu a estação ferroviária da cidade. De acordo com as autoridades locais, a força da explosão foi equivalente a 10 quilogramas de TNT, incluindo O incidente deixou pelo menos 18 mortos e mais de 40 feridos.
“A explosão foi tão forte que sacudiu nosso prédio”, disse uma funcionária de uma loja em frente à estação. “Corremos para a rua e vimos a entrada principal com pessoas espalhadas pelas escadas. A explosão estourou todas as janelas e densa fumaça negra saia pelas janelas do primeiro andar.”
Inicialmente, o comitê de investigação declarou que o incidente havia sido cometido por uma mulher-bomba do Daguestão. No entanto, o organismo informou mais tarde que o atentado pode ter sido provocado por um homem.
Sôtchi-2014 à vista
A cidade de Volgogrado está localizada no sul da Rússia, porém, relativamente longe da Tchetchênia e de outros pontos problemáticos. Além disso, fica a quase 700 km de Sôtchi, onde acontecerão os próximos Jogos Olímpicos de Inverno. O local foi alvo de três grandes ataques terroristas nos últimos dois meses. Em outubro passado, um homem-bomba já havia explodido um ônibus de passageiros em Volgogrado, matando sete pessoas e deixando outras 37 feridas.
O presidente da Associação de Veteranos “Alpha”, Serguêi Gontcharov, disse à Gazeta Russa que, segundo boatos, a região de Volgogrado vem testemunhando um conflito entre diferentes facções da elite política, e as autoridades locais estão ocupadas com a luta pelo poder em vez de focarem em medidas antiterroristas.
“Além disso, após a primeira explosão no ônibus, as forças de segurança encontraram e liquidaram todas as organizações de modo que os novos ataques se pareçam mais com vingança e uma tentativa de provar que os militantes ainda são capazes de atacar”, diz o especialista. Ele acrescentou que é improvável que os mais recentes ataques terroristas estejam conectados com os Jogos Olímpicos, já que há mais de um mês antes do início do evento.
O colunista político da rádio Voz da Rússia, Dmítri Batch, está certo de que os jogos olímpicos não estão diretamente relacionados com as últimas tragédias. “Se esses atentados tiverem relação com as Olimpíadas, então faria sentido atacar em janeiro ou fevereiro. Nesse caso, o ataque está provavelmente ligado aos feriados de Ano Novo. Para os islâmicos, é o feriado mais detestável. Há duas razões: eles consideram um festas pagãs, e reúnem pessoas de toda a ex-União Soviética, incluindo muçulmanos. Vivenciei isso ao viajar para a Tchetchênia durante a guerra”, diz o especialista.
Babitch tem certeza de que o incidente em Volgogrado não terá impacto sobre a situação política no país. “Devido à natureza de nossa política e sociedade, os ataques não terão tanta importância quanto teriam no Ocidente. Você pode matar 100 ou 200 pessoas em Moscou, mas não haverá nenhuma mudança na política em relação ao Cáucaso do Norte ou aos terroristas”, explica o analista “Pútin não muda essa política, mesmo sob a influência dos piores ataques terroristas. É uma política semelhante à israelense.”
Babitch disse ainda que Sôtchi possui um esquema de segurança reforçado. “Estou confiante de que não acontecerão ataques terroristas em Sôtchi. Há todo um sistema de segurança lá, sairia muito caro para os radicais islâmicos”, acrescenta.
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