Mala gigante da Louis Vuitton será retirada da Praça Vermelha

A mala surgiu na Praça Vermelha por ocasião do aniversário de 120 anos do shopping center GUM, o mais famoso da Rússia Foto: RIA Nóvosti

A mala surgiu na Praça Vermelha por ocasião do aniversário de 120 anos do shopping center GUM, o mais famoso da Rússia Foto: RIA Nóvosti

A direção do shopping center GUM, na Praça Vermelha, solicitou ao escritório de representação da empresa Louis Vuitton, na Rússia, que retirasse um enorme pavilhão em formato de mala de viagem da marca instalado no principal ponto turístico da cidade.

Causou burburinho a instalação de um pavilhão marrom de 30 m de comprimento por 9 m de altura em forma de mala de viagem da Louis Vuitton, com sua clássica estampa de logotipos, no meio da Praça Vermelha.

Políticos e russos de todas as classes sociais repudiaram o surgimento da instalação e a estrutura, que custou 10 milhões de dólares, começou a ser desmontada na quarta-feira (27).

"O principal fator levado em conta nas operações diárias do GUM é a opinião das pessoas. Por isso, considerando a posição da sociedade, assim como o fato de que a estrutura do pavilhão excedeu dimensões admissíveis, informamos ao escritório de representação da Louis Vuitton na Rússia sobre a necessidade de desmontar imediatamente o pavilhão", lê-se em comunicado transmitido pela assessoria de imprensa do GUM à agência Ria-Nôvosti.

Além disso, segundo explicou uma fonte do Kremlin à agência Itar-Tass, a construção do pavilhão não foi acordada com a administração do presidente da Federação Russa.

Exposição centenária

O pavilhão era uma réplica da mala do príncipe Vladímir Orlov, feita para ele sob encomenda, e devia receber uma exposição celebrando as relações mais que centenárias da marca com o país.

A exibição "Duchá Stránstvi" (Alma da Viagem), iria apresentar no pavilhão as malas de viagem, valises e reticules (bolsinhas decoradas) de Isadora Duncan, Greta Garbo, Ernest Hemingway, Catherine Deneuve, dos grão-duques russos Kiril e Boris e de muitas outras celebridades e figuras históricas.

Os organizadores enfatizam que o projeto não tinha caráter comercial, e o dinheiro arrecadado com os bilhetes, que custariam 200 rublos (cerca de R$14) seria destinado à fundação beneficente da modelo Natália Vodiánova, “Coração nu”.

A mala surgiu na Praça Vermelha por ocasião do aniversário de 120 anos do shopping center GUM, o mais famoso da Rússia.

Marketing de guerrilha

A primeira a expressar sua revolta foi a ala comunista, já que a mala estava localizada bem de frente para o mausoléu de Lênin. Logo, um dos políticos mais controversos e polêmicos do país, o líder do Partido Democrático Liberal da Rússia Vladímir Jirinóvski, e o Ministro da Cultura Vladímir Medínski expressaram apoio à retirada do objeto.

"A estrutura será desmontada pois a colocação de instalações que visam publicidade na área do Kremlin não é permitida", anunciou em seguida o chefe do Departamento de Mídia e Publicidade da cidade de Moscou, Vladímir Tchernikov.

Para o diretor administrativo da agência de branding BrandLab, Aleksandr Eremenko, o escândalo gerou ainda mais  popularidade à ação da Louis Vuitton.

"Isso é publicidade, sem dúvida. A empresa já havia organizado ações análogas nos EUA, Japão e outros países. Em alguns desses lugares o pavilhão era independente, em outros, foi montado anexo a um edifício. O propósito da exposição é publicidade, e seria estranho se ela não fosse reconhecida como tal", afirma Eremenko.

Além disso, segundo ele, ainda existe a chance da exposição acabar sendo realizada na Praça Vermelha.

 

Com o jornal "Izvéstia", o portal "Newsru.com” e as agências “Itar-Tass”, “Ria Nôvosti

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