Igrejas católicas realizam missa em 13 idiomas diferentes para englobar diversidade de fiéis Foto: Iliá Pitalev/RIA Nóvosti
O catolicismo entrou em território russo junto com a religião ortodoxa, mas não conseguiu atingir o mesmo nível de popularidade. Não existem dados estatísticos sobre a quantidade atual de católicos na Rússia, mas, segundo informações aproximadas, esse número chega até 600 mil pessoas.
Hoje em dia, cerca de 25 mil organizações religiosas russas, inclusive 212 igrejas de catolicismo romano, cuja quantidade atingia 229 unidades apenas em 2010, possuem registro oficial. Das 212 paróquias católicas, 64 encontram-se no distrito federal de Sibéria; 15, em Altaiski; 12, em Krasnoiarsk; e 10, na unidade federativa de Omsk. O distrito federal do Noroeste possui 22 igrejas localizadas na unidade federativa de Kaliningrado, a região com o maior número de instituições católicas entre todas as unidades federativas.
Além disso, uma vez que Kaliningrado pertenceu ao território alemão, a cidade possui outras 4 igrejas católicas bizantinas gregas. Também existem pequenas comunidades católicas nas grandes cidades russas, tais como Moscou e São Petersburgo, assim como nas unidades federativas de Povoljie e na cidade de Saratov, regiões historicamente povoadas pelos descendentes de alemães.
A nova política da Igreja Católica Russa foca o reestabelecimento da religião no país apenas entre os católicos étnicos, tais como polacos, alemães, lituanos e letões. No entanto, a atual situação demonstra os resultados contrários, pois a maioria dos membros das recém-criadas comunidades católicas é de origem russa. Levando em consideração as diferentes origens dos fiéis, as missas são realizadas em 13 idiomas diferentes.
Desarmonia religiosa
Em 1992, foi aprovado um documento referente à "assistência à convivência harmônica das confissões católica e ortodoxa que prevê a transparência das atividades da igreja católica realizada através da divulgação das informações referentes a todas as suas iniciativas marcantes, tais como a fundação de novas paróquias necessárias para satisfazer as demandas espirituais das comunidades católicas já existentes".
O documento recomenda informar os representantes da Igreja Ortodoxa sobre qualquer iniciativa social dos líderes católicos, inclusive sobre os projetos beneficentes e educacionais. Os dirigentes da Igreja Ortodoxa Russa apontam as frequentes violações dos termos especificados acima pelos padres católicos residentes no território russo, o que complica ainda mais a relação entre estas duas igrejas, já prejudicada no início da década de 1990, quando os líderes católicos bizantinos gregos tomaram à força as catedrais ortodoxas no oeste da Ucrânia.
Outros fatores importantes que prolongaram a tensão entre os representantes destas duas confissões foram a transformação das estruturas administrativas da representação russa da igreja católica em 2002, assim como as atividades missionárias da mesma nas regiões historicamente pertinentes aos ortodoxos.
Em maio de 2007, foi organizada a primeira reunião entre Vladímir Pútin e pontífice Bento XVI, que resultou na declaração do líder russo sobre a sua intenção de prestar assistência no reestabelecimento do diálogo entre os ortodoxos e católicos.
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