Psquiatra garante que dicas de suicídio na internet têm influências nas ocorrências reais Foto: Alamy/LegionMedia
Desde 1º de novembro de 2012, as autoridades russas decretaram o bloqueio de 2.414 páginas da internet que traziam informações detalhadas sobre métodos de suicídio. Do total, 2.117 foram retiradas, 251 estão em fase de análise e 137 foram liberadas por não conterem informações prejudiciais. Na maioria das vezes, as dicas estão disponíveis nas páginas de rede sociais e blogs, como VKontakte, Mail.ru e LiveJournal, além dos serviços de hospedagem de vídeo do Google, Youtube e Yandex.
A possibilidade de fechar as páginas eletrônicas que incitam ao suicídio surgiu após a aprovação da lei federal destinada a proteger as crianças contra informações que afetem sua saúde e seu desenvolvimento. A lei obrigou o Rospotrebnadzor (Serviço Federal para o Controle de Drogas) e o Roskomnadzor (Serviço de Controle e Fiscalização dos Serviços de Telecomunicações e Comunicações de Massa) a elaborar uma lista de sites que apresentem pornografia infantil, apologia às drogas e informações sobre métodos para cometer suicídio.
O psiquiatra forense Mikhail Vinogradov não descarta que o aumento do número de suicídios entre os adolescentes verificado nos últimos anos esteja relacionado ao surgimento de tais páginas. “Na internet, há muitos sites destrutivos que afetam a psique das pessoas, especialmente jovens. Eles degradam o visitante, incitando-o a cometer esses atos”, diz Vinogradov.
Recentemente, a polícia prendeu dois homens suspeitos de incitar pessoas ao suicídio. “Um deles foi flagrado no telhado ao lado de dois adolescentes que estavam se preparando para saltar. Depois que eles saltaram, o homem correu para a saída. Quando foi preso, ele disse que estava planejando se suicidar com eles, mas ficou com medo. Portanto, a polícia não tinha do que incriminá-lo”, relata o psiquiatra. “O outro explicou da mesma maneira sua presença na sacada de onde tinham pulado duas meninas”, continua.
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