Greve de fome de Pussy Riot gera investigação em presídio da Moldova

Ameaça de morte na prisão, Tolokónnikova entrou em greve de fome Foto: Andrei Stenin/RIA Nóvosti

Ameaça de morte na prisão, Tolokónnikova entrou em greve de fome Foto: Andrei Stenin/RIA Nóvosti

Na segunda-feira passada (23), a imprensa divulgou um comunicado de Nadejda Tolokónnikova, integrante da banda punk Pussy Riot, dirigido aos órgãos de justiça. O documento diz que Tolokónnikova estaria sendo ameaçada de morte e forçada a trabalhar até 17 horas por dia. Enquanto os diretores do estabelecimento dizer se tratar de provocação, os defensores dos direitos humanos pretendem conduzir uma inspeção no local.

A greve de fome de Nadejda Tolokónnikova teria sido originado por uma ameaça feita por Iúri Kupriánov, vice-diretor adjunto do presídio, depois de a cantora solicitar às autoridades uma inspeção no estabelecimento. A carta de Tolokónnikova aos órgãos de justiça denuncia as irregularidades que se passam no presídio, como, por exemplo, a jornada de trabalho de até 17 horas.

Tolokónnikova diz ter se tornado alvo de ameaças diárias por parte de outras detentas, que recebem aprovação da administração local, e por isso deixou de se alimentar desde segunda-feira passada (23).

O Serviço Federal de Execução de Penas (SFEP) declarou que a advogada Irina Khrunova e o marido da cantora, Piotr Verzilov, haviam chantageado a direção do presídio em meados de setembro, para que ela fosse transferida para a oficina de artesanato. Caso contrário, contariam à imprensa que Kupriánov a ameaçara de morte.

Maria Kannabikh, presidente da Fundação Inter-regional de Beneficência aos Reclusos, acredita que a acusação deve ser investigada. “Nos próximos dias, eu e o Conselho de Representantes da Sociedade Civil vamos ao presídio de Moldova para chegar a uma conclusão sobre o que se passa”, diz ela. “Quanto às oficinas, não são confortáveis em nenhum dos presídios. É possível que as detidas trabalhem em excesso”, acrescenta Kannabikh.

Nadejda Tolokónnikova foi condenada a dois anos de prisão por desordem pública, após realizar um protesto dentro da Catedral de Cristo Salvador, em Moscou.

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