Autoridades vão liberar US$ 500 milhões para vítimas das enchentes no Extremo Oriente

Na cidade de Komsomólsk-na-Amure, o nível de água do rio Amur subiu 9 metros Foto: RIA Nóvosti

Na cidade de Komsomólsk-na-Amure, o nível de água do rio Amur subiu 9 metros Foto: RIA Nóvosti

Chuvas constantes provocaram aumento dos volumes dos rio na região e deixaram 101 comunidades debaixo d’água.

O Extremo Oriente russo enfrenta alagamentos pelo segundo mês consecutivo, e o número de vítimas já atingiu 100 mil pessoas. De acordo com o Ministério para Situações de Emergência, 101 comunidades localizadas em 19 municípios permanecem debaixo d’àgua, afetando 4,2 mil casas e uma população acima de 34,2 mil pessoas. Na cidade de Komsomólsk-na-Amure, por exemplo, o nível de água do rio Amur subiu 9 metros.

Estima-se que o prejuízo das enchentes supera os 30 bilhões de rublos (aproximadamente 940 milhões de dólares), já que plantações, casas e indústrias foram destruídas, assim como 69 pontes da unidade federativa de Amur acabaram danificadas. O volume dos recursos financeiros necessários para a recuperação da região gira em torno de 2 bilhões de rublos (cerca de 62 milhões de dólares), dos quais 500 milhões (aproximadamente 16 milhões de dólares) serão liberados em caráter de urgência até dezembro deste ano.

As autoridades já iniciaram o processo de pagamento de indenizações aos moradores afetados pela catástrofe, cada um dos quais receberá 10 mil rublos (cerca de 300 dólares) e 100 mil rublos (um pouco mais de 3 mil dólares) pelo prejuízo causado aos seus bens materiais. Porém, devido aos novos alagamentos previstos até a próxima semana, a quantidade de moradores afetados, assim como o valor do prejuízo, ainda poderá subir.

Aleksêi Scópin, chefe do departamento de economia regional e geografia econômica da Escola Superior de Economia, explica que a ajuda financeira que será oferecida aos moradores que perderam os seus bens debaixo d'àgua não será suficiente para uma recuperação total. “Os valores atuais foram baseados nas indenizações pagas às vitimas das enchentes no sul da Rússia que aconteceram no ano passado. No entanto, a situação no Extremo Oriente é diferente devido à impossibilidade de recuperação dos imóveis”, explica.

“Isso significa que as estimativas do volume de recursos necessários para a recuperação total da região após a catástrofe aproximam-se a 80 bilhões de rublos [cerca de 2,5 bilhões de dólares]. Também não devemos esquecer os danos causados à agricultura, indústria e infraestrutura da região”, ressalta Scópin.

Além de todas as dificuldades enfrentadas pela população dos municípios afetados, os moradores ainda enfrentam o pagamento dos empréstimos bancários feitos para construção das suas casas ou abertura dos seus negócios. “As autoridades deverão negociar com os bancos um adiamento de pagamentos ou estabelecimento de um período gratuito para devolução dos empréstimos”, conclui o economista.

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