Nível de mercúrio no rio Moscou é 20 vezes superior ao ideal, aponta Greenpeace

Greenpeace testou amostras do rio Moscou recolhidas em junho de 10 localidades ao sul do Kremlin de Moscou Foto: Lori / Legion Media

Greenpeace testou amostras do rio Moscou recolhidas em junho de 10 localidades ao sul do Kremlin de Moscou Foto: Lori / Legion Media

Quantidade de poluentes industriais no rio Moscou excede significativamente os padrões de segurança. De acordo com representante da ONG, o problema é que o governo russo não incentiva ou obriga os fabricantes a reduzir a poluição tóxico.

Os poluentes encontrados no rio Moscou, que incluem enxofre, metais pesados ​​e alumínio, são considerados nocivos não só para o ecossistema local, mas também para a saúde das pessoas, aponta um estudo do Greenpeace Rússia publicado neste verão.

O Greenpeace testou amostras do rio Moscou recolhidas em junho de 10 localidades ao sul do Kremlin de Moscou. Todas as amostras evidenciaram que a capital apresenta níveis excessivos de poluentes. Em um teste, os níveis de mercúrio locais superaram os padrões de segurança russos em 20 vezes. Em outro caso, o nível de manganês ultrapassou a média adequada em 120 vezes.

As substâncias representam um risco para a saúde caso caiam em água potável. “Isso não vai acontecer em Moscou, porque os reservatórios que abastecem a cidade com água, como aqueles próximos a Istra e Puchkino, estão a oeste e norte da cidade e, portanto, ambos estão relativamente longes do rio Moscou”, diz Dmítri Artamonov, chefe do programa de substâncias tóxicas do Greenpeace Rússia.

No entanto, cidades ao longo dos rios Volga e Oka, nos quais o rio Moscou desemboca, estão sob risco. Entre elas estão Uljanovsk, Samara, Estranham, Ninji Novgorod, Volgograd, Rizam e Muro.

“A poluição dos rios, embora típico nas grandes cidades, não é tão grave na Europa como é na Rússia”, diz Artamonov. Mesmo sem comparar os números, Artamonov afirma que os rios europeus têm mais propensão a serem limpos, porque os fabricantes locais pararam de usar os produtos químicos tóxicos mais perigosos em seus ciclos de produção.

“O governo russo não faz nada para incentivar ou forçar os fabricantes a reduzir a poluição tóxico”, alega Artamonov. “Somente quando as necessidades ecológicas coincidem com os imperativos econômicos é que as empresas fazem alguma coisa.”

O Greenpeace realizou um estudo similar no rio Neva, em São Petersburgo, no ano passado. Havia mais substâncias tóxicas no Neva do que no rio Moscou, “provavelmente por causa do maior número de indústrias ao longo de suas margens”, acrescenta Artamonov.

Os rios Volga e Amur também apresentaram mais substâncias tóxicas do que o rio Moscou.

 

Publicado originalmente pelo The Moscow Times

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