Medidas tomadas pela prefeitura correspondem às tendências turísticas mundiais Foto: Didier Courbot
Ao longo do ano passado, Moscou recebeu a marca recorde de 5 milhões de turistas, e neste ano a cidade espera meio milhão de visitantes a mais. “Com esse fluxo, a infraestrutura urbana precisa ser reformada”, disse recentemente Serguêi Sobiânin, prefeito interino da capital russa. E as medidas correspondentes não demoraram para entrar em ação.
Em maio deste ano, o prefeito de Moscou anunciou o lançamento de um grande programa de criação das áreas de pedestres no centro da cidade, assim como das áreas verdes e jardins públicos, incluindo a abertura de 30 novos espaços de caminhada, que estarão prontos até o início do segundo semestre desse ano. O processo prevê a substituição do asfalto com ladrilhos de granito e a instalação de placas com informações turísticas. Após o término das obras, os novos trajetos formarão uma rede de rotas para o uso exclusivo de pedestres.
Além disso, o plano da prefeitura inclui a criação de áreas verdes nos jardins públicos abandonados localizados na região de Sadovoe Koltso. As responsabilidades referentes aos novos espaços turísticos ao Departamento da Cultura, que eliminará qualquer possibilidade de construção comercial nos seus territórios.
A arquiteta Elena Gonzales acredita que a modificação do ambiente urbano é uma tendência mundial ignorada pelas autoridades moscovitas ao longo de muitos anos, mas que agora deverá assumir prioridade na agenda da prefeitura. “Além da qualidade de ruas, mudará o comportamento das pessoas. A época industrial está terminando e abre caminho para o desenvolvimento do setor de serviços. As pessoas estão mudando e têm mais vontade e tempo para caminhar pelas ruas, frequentar cafés, fazer compras e se reunir com os amigos”, diz Gonzales.
Porém, a arquiteta aponta que apenas ruas reformadas não serão suficientes. “Precisaremos melhorar o visual das fachadas de prédios e restaurar os monumentos, pois ninguém terá vontade de caminhar pelo pavimento bonito, se não estiver nada ao seu redor”, acrescenta. Gonzales foi responsável pela recente exposição “Moscou Verde” incluída no programa de bienal de arquitetura ArcMoskva, onde apresentou um projeto chamado de “Laço Verde”. Nele, a arquiteta bolou um itinerário de caminhada traçado pelos cais do rio Moskva.
O “Laço Verde” tem ligação direta com outro plano de reforma de parques que está sendo executado pelo Departamento da Cultura da cidade. Serguêi Kapkov, presidente do órgão e ex-diretor do parque Górki, pretende transformar os parques da cidades em áreas modernas com salões de conferência, grupos infantis, aulas de ioga, restaurantes a céu aberto, instalações artísticas, música moderna ao vivo e serviço de aluguel de bicicletas. Aliás, os moradores e turistas podem alugar esse meio de transporte nos estacionamentos equipados com terminais automáticos e localizados em várias partes da cidade, tais como o Anel dos Bulevares e os cais.
Parque Górki Foto: divulgação
Isso tudo apenas confirma a intenção da prefeitura de seguir as tendências mundiais e usar a experiência dos colegas estrangeiros nos processos como a reconstrução de parques, elaboração do esquema de aluguel de bicicletas (baseado no projeto similar realizado na cidade de Praga) ou reforma de ruas moscovitas feita em colaboração com Ian Gale, urbanista e consultor dinamarquês.
Ao longo de um ano e meio, antes de iniciar a colaboração com a prefeitura, o urbanista responsável pela mudança de dezenas cidades de vários países do mundo estudou o plano de Moscou e elaborou um relatório detalhado, onde descreveu as formas da sua possível transformação. Na opinião de Gale, é necessário adaptar a cidade às necessidades de pedestres e ciclistas, tomando as seguintes medidas: diminuir a quantidade de carros, eliminar os obstáculos e passagens subterrâneas das ruas, unir todos os bulevares e transformar as praças e cais, assim como apoiar atividades esportivas de inverno e desenvolver uma rede de ciclovias.
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