De acordo com estudo da Bloomberg, russos consomem, em média, 16,23 litros de álcool por anoFoto: Ruslan Sukhúchin
Os analistas da agência Bloomberg realizaram uma pesquisa em 57 países com o objetivo de avaliar o consumo médio de bebidas alcoólicas e cigarros, prevalência do uso de drogas e jogos de azar.
Brasil X Rússia (consumo anual / porcentagem da população)
Cigarro
504 X Quase 3 mil cigarros
Bebidas alcoólicas
10 litros X 16 litros
Maconha
2,6% X 3,5%
Opióides
0,50% X 1,64%
Cocaína
0,7% X 0,2%
Jogos de Azar
0.38% X 0,03%
O primeiro colocado entre os países que apresentam maior índice de vícios foi a República Tcheca, seguida pela Eslovênia e Austrália. A Rússia ficou em oitavo lugar, enquanto o Brasil ocupou a 43° posição.
“Esse estudo não pode ser considerado representativo”, garante o diretor do Centro de Pesquisa Federal e Regional do Mercado de Álcool, Vadim Drobiz. “Um habitante médio da União Europeia bebe cerca de 12,5 litros de álcool por ano, a mesma quantidade de bebida consumida, em médio, pelos russos”, acrescenta.
Drobiz criticou o fato de vários países estarem aproveitando a oportunidade para promover iniciativas econômicas ou sociais, como aumento de preço de bebidas alcoólicas. “Para convencer a Rússia de que ela é a mais bêbada, [o chefe do serviço de inspeção sanitária da Rússia, Guennádi] Onishchenko, inventou um valor, como se os russos bebessem, em média, 18 de litros de álcool ao ano”, alega.
Por incrível que pareça, os países que tiverem pior classificação na lista no ranking da Bloomberg foram Colômbia, México e Venezuela. “Essas conclusões são questionáveis, porque esta região é o principal fornecedor de drogas para os Estados Unidos”, ressalta o editor-chefe da revista “América Latina”, Vladímir Trávkin.
“É bastante complicado inocentar os países latino-americanos, que se sujeitam ao tráfico de drogas. Será que podemos considerar inocente um barão do narcotráfico na Colômbia, que inunda os EUA com cocaína? Esse é um assunto para reflexão com o qual o pessoal da Bloomberg andou brincando”, critica Trávkin.
Os resultados do estudo foram fortemente influenciados por níveis de renda, segundo a analista da agência Investkafe, Daria Pichugina. “Na Europa, as pessoas podem se permitir gastar bem mais do que na África ou na América Latina. Daí provém, em parte, a atração dos europeus pelos maus hábitos”, explica a especialista.
“Os países europeus que apareceram na lista dos dez mais decadentes pertenciam ao bloco soviético e muito provavelmente ainda não entenderam o seu lugar no mundo novo. Essa desarmonia leva ao abuso de hábitos nocivos”, completa Pichugina.
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