SJT apoia a proibição de hijab nas escolas

Em outubro de 2012 a diretora de uma escola na aldeia de Kara-Tiuba, na região de Stávropol, proibiu que as alunas muçulmanas usassem os véus Foto: ITAR-TASS

Em outubro de 2012 a diretora de uma escola na aldeia de Kara-Tiuba, na região de Stávropol, proibiu que as alunas muçulmanas usassem os véus Foto: ITAR-TASS

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) da Rússia declarou, na semana passada, que o decreto das autoridades de Stavropol sobre a proibição do uso de hijabs – tradicionais véus islâmicos – nas escolas é legal. As novas regras já estão em vigor em várias regiões do país.

O debate surgiu em outubro de 2012, quando a diretora de uma escola na aldeia de Kara-Tiuba, na região de Stávropol, proibiu que as alunas muçulmanas usassem os véus. Foi sugerido às crianças que os substituíssem por lenços comuns, mas os pais das meninas se recusaram e apresentaram uma reclamação junto ao Ministério Público.

Na época, a controvérsia tomou uma proporção federal, e o presidente Vladímir Pútin se manifestou contra a permissão do uso do hijab nas escolas, apoiando a volta dos uniformes escolares.

“Não usamos hijab, usamos uma variedade de véus. O hijab cobre completamente o rosto, deixando expostos apenas os olhos. Eles não só podem, mas também devem ser proibidos”, esclarece o presidente do Centro de Coordenação de Muçulmanos do Cáucaso do Norte, Ismail Berdiev. “Hoje, existe uma regra para os homens: cobrir o corpo do umbigo até os joelhos. Para a mulher, ficam expostos o rosto, as mãos e os pés”, acrescenta.

A decisão do STJ foi contestada pelo diretor do Centro de Direitos Humanos Sova, Aleksandr Verkhóvski, para quem a roupa está ligada à associação que esses atributos religiosos suscitam na região. “Provavelmente, as pessoas estão mais preocupadas com o grande número de muçulmanos em Stávropol”, diz o especialista.

Verkhóvski acredita que isso poderá levar à segregação dessas crianças a uma espécie de gueto. “Crianças com aparência não convencional devem ser integradas no meio global”, criticou.

Porém, o copresidente do Conselho Consultivo da Igreja Protestante da Rússia, Serguêi Riakhóvski, tem certeza de que não se pode violar as disposições laicas do Estado. “Se cada religião respeitada promover os seus princípios no vestuário nas escolas laicas, perderemos o foco do conceito”, diz Riakhóvski.

Após a decisão do STJ, exigências semelhantes relativas à aparência de alunos já foram introduzidas em várias repúblicas do país, inclusive em Bachkíria, Adigueia e Daguestão.

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