Amigos e familiares de Marjanov se reuniram na praça da Catedral de Pugatchiov para vingar o assassinato do jovem Foto: RIA Nóvosti
Desde domingo (7), os moradores da cidade de Pugatсhiov, na região de Sarátov, vivem em clima de guerra por causa de um conflito étnico. Um dia depois, foi anunciado o envio de unidades do exército e veículos blindados para conter a violência, mas as autoridades locais já desmentiram a informação.
A agitação nessa pequena cidade, habitada por pouco mais de 40 mil habitantes, está relacionada com o assassinato recente do paraquedista Ruslan Marjanov, 20 anos. Enquanto alguns sugerem que Marjanov teria sido esfaqueado, outros sustentam que o jovem foi golpeado com um bisturi durante uma briga no café local. Com ferimentos graves, Marjanov foi levado ao hospital, mas não sobreviveu.
Um adolescente de 16 anos foi apontado como suspeito do crime e detido pela polícia. “Ele foi acusado de assassinato e admitiu sua culpa”, informou Anna Marúsova, assessora de imprensa do Departamento Regional do Comitê de Investigação de Sarátov.
Mas a notícia não satisfez os habitantes de Pugatchov. Na noite de domingo (7), cerca de 100 amigos e parentes de Marjanov se reuniram na praça da Catedral da cidade para acertar as contas com os parentes do assassino e o tumulto foi dispersado pela polícia local. Mesmo assim, o conflito não parece ter chegado ao fim.
O tenente-general Serguêi Arénin, que assumiu as operações, tenta resolver a situação na cidade. Ainda pela manhã desta segunda-feira, a administração regional informou que a situação estava “sob controle”. A declaração foi feita pelo vice-governador, Denis Fadéiev, que viajou a Pugatchov para um encontro com os moradores locais. Porém, o comício no centro de Pugatchov levou a nova escalada de confrontos.
Durante o pronunciamento, foram ouvidas frases incitando a expulsão de todos os nativos da Tchetchênia da cidade. Enquanto os funcionários da administração, incluindo Said-Akhmed Alasov, chefe da representação do presidente da República Tchetchena na região do Volga, negociavam com um grupo de cidadãos atuantes, os moradores que tinham permanecido na praça saíram de lá com o objetivo de montar uma barreira na rodovia Sarátov-Samara.
As autoridades prometeram que os agentes do Serviço Federal de Imigração irão intensificar a fiscalização para identificar os cidadãos residentes no território do distrito sem o devido registro e tomar as providências previstas pela lei. Especula-se que o suposto criminoso não é morador do local e teria ido apenas visitar parentes.
Nesta terça-feira, o governador da região de Sarátov, Váleri Radáiev, se dirigiu aos habitantes de Pugatchov expressando condolências à família do jovem assassinado e pediu ao povo para “não se deixar dominar pelas emoções”. “Elementos não controlados podem provocar uma reação em cadeia que poderá ter como resultado novas vítimas inocentes”, acrescentou o governador.
O pai do jovem assassinado também se apresentou no comício em Pugachev e conclamou os seus conterrâneos a pararem com a ação de protesto, pois acredita que a razão dessa desgraça não está nos desentendimentos étnicos, mas no consumo excessivo de álcool.
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