Uso de redes sociais diminui a concentração e afeta a produtividade Foto: Gazeta Russa
Segundo dados da empresa FBK, especializada em consultoria e auditoria, US$ 10 bilhões é o valor do prejuízo causado à economia russa pelo uso de redes sociais durante o expediente.
"Esta é apenas uma estimativa de danos financeiros, cujo motivo é o uso indevido do tempo no serviço, porém ela pode nos dar uma noção da situação real", diz Igor Nikolaev, diretor do instituto de análise estratégica da FBK.
Em comparação com o Reino Unido e os EUA, o prejuízo dos empresários russos é relativamente baixo: segundo as informações do site de busca de emprego MyJobGroup reveladas ainda em 2010, as empresas britânicas gastaram US$ 22,16 bilhões a mais devido ao costume de seus funcionários de acessar redes sociais como Facebook e Twitter durante o trabalho.
Segundo um artigo do ano passado do portal LearnStaff.com, o prejuízo anual da economia americana causado pelo uso das redes de relacionamento supera US$ 650 bilhões. Esse valor considera não apenas o tempo gasto nas páginas de amigos e parentes, mas também a demora necessária para recuperar a concentração e voltar às atividades profissionais.
Entretanto, em comparação com alguns gastos públicos, o prejuízo dos empresários russos poderá ser considerado significativo: segundo Nikolaev, o custo de uso das redes sociais está na mesma faixa do orçamento anual de apoio ao transporte (297,8 bilhões de rublos) ou metade do orçamento anual destinado à educação (293,1 bilhões de rublos).
Método de cálculo
A avaliação dos analistas da FBK foi baseada na quantidade total dos funcionários russos que possuem uma conta numa rede social, que no final de 2012 alcançou 51,8 milhões de pessoas. Segundo os dados da empresa СomScore, em 2012 a quantidade média de tempo gasto nas redes sociais (inclusive no local de trabalho) atingiu 25,6 minutos por dia ou 12,8 horas por mês. De acordo com esses dados, os analistas da FBK concluíram que em 2012 cada usuário havia gasto 53,1 horas trabalhadas acessando as redes sociais.
"O uso indevido de tempo durante o expediente leva a prejuízos financeiros reais, pois as horas gastas nas redes sociais também são pagas pelo empregador. E, além disso, de acordo com alguns estudos (mesmo não comprovados), o uso de redes sociais afeta a produtividade de colaboradores devido à demora na recuperação de concentração perdida, que excede 20 minutos", afirma Nikolaev.
A análise das práticas de uso de redes sociais pelos profissionais de ramos e níveis de remuneração diferentes permitiu calcular os valores de prejuízo mínimo (281,7 bilhões de rublos) e máximo (311,5 bilhões de rublos).
Quem gasta mais
Os analistas da FBK elaboraram uma lista de profissionais que causam os maiores danos à economia russa pelo uso das redes sociais durante o expediente. Os especialistas da área financeira, empregados de prestadoras de serviços e corretores de imóveis ocupam o primeiro lugar, com 67,9 bilhões de rublos de prejuízo.
Os especialistas de educação, com 39,8 bilhões de rublos, estão no segundo lugar. O terceiro lugar ficou com os servidores públicos, militares e funcionários dos serviços sociais, cujos empregadores são obrigados a gastar 36,6 bilhões de rublos devido à existência de redes sociais.
O quarto lugar é ocupado pelos profissionais de indústrias transformadoras, com 32,5 bilhões de rublos. E o quinto, com 26,1 bilhões de rublos de prejuízo, pertence aos trabalhadores da área de varejo e atacado e aos empregados de oficinas de automóveis, empresas de conserto de eletrodomésticos e artigos pessoais, assim como aos profissionais de hotelaria e setor de alimentação.
Os agricultores e silvicultores representem apenas 0,9 bilhões de rublos de prejuízo no total.
Produtividade baixa
Na opinião dos especialistas da FBK, hoje em dia, o uso das redes sociais pelos russos não pode ser considerado um grande problema, porém existem motivos para uma futura preocupação.
"Os empresários russos já consideram um problema sério e começam a adotar algumas medidas. E eles tendem a se tornar ainda mais rígidos, pois a baixa eficiência de mão de obra continua sendo um dos principais problemas de economia russa", aponta Nikolaev.
A baixa produtividade no trabalho é uma preocupação de muitos empregadores. Em abril desse ano, o presidente Vladímir Pútin afirmou que a renda dos cidadãos cresce mais rápido do que a sua produtividade, o que dificulta o crescimento econômico do país.
Em 2012, por exemplo, o salário médio de um colaborador russo cresceu em 13,3%, atingindo 26,7 mil rublos. Entretanto, a produtividade e a eficiência de trabalho nos últimos nove anos não consegue alcançar os níveis pré-crise.
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