Os cossacos lutaram na guerra contra o Japão e na Primeira Guerra Mundial Foto: RIA Nóvosti
Os cossacos descobriram a Sibéria e guardaram as fronteiras russas, serviram aos tsares russos e se rebelaram contra eles, eram citados como “bicho-papão” por famílias europeias para assustar a crianças desobedientes e os marechais napoleônicos ficaram maravilhados com suas habilidades militares.
É impossível dizer com certeza quando começou a história dos cossacos, embora as primeiras referências documentais aos cossacos tenham aparecido no século 15. Os pesquisadores modernos acreditam que os cossacos representam uma miscigenação dos povos russo, eslavos orientais, turcos e caucasianos – o termo “cossaco” significa “homem livre, aventureiro ou vagabundo” em línguas turcas. Eles falam dialetos russos relativamente compreensíveis aos demais habitantes da Rússia. No entanto, trata-se de um povo sem identidade nacional, caraterizado por um grande apego à religião cristã ortodoxa.
1. O imperador russo Pável I, aliado de Napoleão, enviou os cossacos para a conquista da Índia. Após sua morte, a expedição foi cancelada.
2. Ao contrário dos cavaleiros europeus, os cossacos não usavam esporas. Para incitar cavalos, eles usavam açoiteiras.
3. O xá da Pérsia tinha uma brigada de cossacos criada à semelhança das tropas cossacas russas e comandada por um oficial russo.
4. Na região de Tcheliábinsk, há uma vila chamada Paris em homenagem aos cossacos locais que participaram da tomada da capital francesa em 1814.
A opressão feudal, fome, secas, doenças e perseguição à Igreja Ortodoxa teriam sido os principais motivos para muitas pessoas dinâmicas e enérgicas fugirem às “terras de ninguém” situadas nas estepes do Volga e Ural e formar grandes comunidades cossacas autogovernadas.
Nos tempos de guerra, os cossacos escolhiam entre si comandantes militares. O governo central tentou restringir a liberdade dos cossacos nos séculos 17 e 18, mas enfrentou forte resistência local.
Além do Pacífico
Nos períodos de paz, o governo central usou muito os cossacos para a expansão territorial. O grupo autogovernado teve papel importante na conquista e colonização dos Urais, Sibéria e Extremo Oriente, e, portanto, na constituição do Império Russo.
Muitas cidades modernas dos Urais, Sibéria e Extremo Oriente russo foram fundadas pelos cossacos, incluindo os centros administrativos Irkutsk, Khabárovsk, Omsk, Tomsk, Iakutsk, Blagovéchchensk e Petropávlovsk-Kamchátski.
Os cossacos chegaram até ao Oceano Pacífico, mas não pararam por aí. Em 1648, o cossaco Semion Dejnev se deparou com a América do lado asiático. Apesar da fama de guerreiros e, por vezes, cruéis com a população local, os cossacos tentaram conviver pacificamente com os povos indígenas nas terras colonizadas do Alasca.
Período de esplendor
No século 19, os cossacos viveram seu período de esplendor. As unidades cossacas do general Matvêi Platovm incorporadas ao Exército russo, participaram das batalhas contra as tropas napoleônicas e da tomada de Paris, deixando na Europa e no resto do mundo uma nova imagem de um cavaleiro brutal, destemido e invencível.
No reinado de Nikolai I, os cossacos foram usados para reprimir rebeliões não só na Rússia, mas também no Império Habsburgo. Em 1878, os cossaco bateram os turcos otomanos e libertaram definitivamente os povos balcânicos – búlgaros, sérvios e romenos – do jugo otomano.
Mais tarde, os cossacos foram usados na repressão às revoltas populares e lutaram na guerra contra o Japão e na Primeira Guerra Mundial.
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