Sem vergonha de protestar

Grupo nasceu na Ucrânia em defesa dos direitos das mulheres

Grupo nasceu na Ucrânia em defesa dos direitos das mulheres

Grupo feminista ucraniano Femen surpreendeu os presentes na abertura do salão do automóvel de Hannover nesta semana ao promover um protesto contra Pútin. Mas o presidente russo não foi o único que já ficou com cara de surpresa diante de uma manifestação do grupo de ativistas seminuas. Relembre a seguir as ações mais escandalosas desse grupo que (literalmente) não tem vergonha de protestar.

Elas não usam máscaras nem tentam encobrir o rosto com qualquer coisa. Aliás, estão acostumadas a esconder poucas partes do corpo durante suas ações. Em seu site oficial http://femen.org, as garotas do Femen publicam uma grande quantidade de imagens e, ao descrever suas atividades, até inventaram um termo especial: “sextremismo”. Confira abaixo alguns dos vídeos em que as garotas expõem todo o seu potencial de protesto:

1) A recente investida contra Pútin, durante o encontro com Angela Merkel na abertura do salão do automóvel de Hannover, não foi a primeira vez que o Femen decidiu expressar abertamente sua insatisfação ao presidente russo. Em dezembro do ano passado, elas tentaram frustrar a reunião de cúpula entre a Rússia e a União Europeia. Sob os slogans “Pútin é o Apocalipse!”, as ativistas aguardavam Putin em sua chegada ao aeroporto de Bruxelas.

Muitas pessoas se questionam como as garotas de topless, com inscrições provocativas sobre o corpo, foram capazes de romper as várias fileiras de seguranças que sempre acompanham as personalidades eminentes. “Eu não vou revelar todo o esquema e o lado técnico das coisas. O mais importante para chegar lá é não ter medo de Pútin nem da sua guarda armada”, declarou a ativista Aleksandra Chevtchenko em entrevista à rádio bielorrussa “Euroradio”. (http://euroradio.fm/ru/report/femen-kogda-bezhala-na-putina-i-razdevalas-videla-kak-menyaetsya-ego-lico)

 

 2)As personalidades políticas não são o único alvo do grupo. O Patriarca de Moscou e de Toda a Rússia, Kirill, quase foi vitimado pelas ucranianas ao desembarcar no aeroporto de Kiev. Nem mesmo a figura do principal sacerdote da Igreja Ortodoxa Russa foi capaz de intimidar as garotas que gritavam “obscenidades políticas” com os seios de fora. O Femen “defende com os seus seios a igualdade sexual e civil em todo o mundo”, justificou o grupo em seu site.

     

 3)Em maio de 2012, as garotas protagonizaram uma ação tão ousada quanto desastrosa durante uma etapa da Copa da Uefa na cidade ucraniana de Dnepropetrovsk. As ativistas ficaram na fila para serem fotografadas com a taça, mas se aproximaram demais do objeto e acabaram derrubando o troféu junto com o pedestal. Alguns dias antes, durante uma manifestação na capital ucraniana, uma feminista também havia derrubado a taça.

No site oficial do Femen, as garotas justificaram a “realização” por seu desagrado em relação ao futebol, acusando a Uefa de “promover o turismo sexual e a indústria do sexo nas cidades que sediam o torneio europeu, além estimular o consumo de bebidas alcoólicas e debilitar o intelecto da população”. A ativista Irina Chevtchenko foi obrigada a pagar uma multa no valor de US$ 42 por esse desatino.

       

 4)A ação do grupo punk Pussy Riot e a consequente prisão de suas integrantes não escaparam da atenção do Femen. As feministas deram apoio total às rebeldes russas que entoaram uma oração punk em plena Catedral de Cristo Salvador, em fevereiro de 2012. No dia da condenação da banda Pussy Riot, as ucranianas cortaram com uma motosserra a cruz erguida em memória das vítimas da repressão stalinista, em Kiev.

                                                       

5)A propósito, o Pussy Riot também não foi o primeiro grupo a protestar na Catedral de Cristo Salvador, a principal igreja ortodoxa do país. Em dezembro de 2011, dois meses antes do episódio com a oração punk, as ativistas do Femen realizaram uma manifestação em frente ao templo. Na ocasião, as garotas nem foram detidas; seus cartazes que traziam a frase “Deus salve o tsar” foram recolhidos, as ativistas se vestiram e seguiram para casa de metrô.

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