Foto: PhotoXpress
Aprovado recentemente pelo governo russo, o Programa Estatal para o Desenvolvimento da Saúde inclui propostas relacionadas a um estilo de vida e de alimentação saudável, além de restrições à publicidade de batatas fritas, fast foods e refrigerantes.
Сom a criação e desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis entre os russos, o Ministério da Saúde pretende ganhar a batalha contra o excesso de peso, obesidade, colesterol alto e pressão arterial.
Entre as medidas, está a recomendação de reduzir o consumo de alimentos gordurosos, demasiado salgados ou que contenham grandes quantidades de carboidratos, além de aumentar o consumo de frutas e de gorduras saudáveis que se encontram, por exemplo, no peixe.
De acordo com dados do Ministério, existem dois motivos para obesidade e excesso de peso entre crianças e jovens com menos de 25 anos no país: o consumo de alimentos altamente calóricos, tais como chocolate, batatas fritas, e refrigerantes, e a falta de atividade física.
Os hábitos alimentares geralmente adquirem-se durante a juventude. Além disso, segundo especialistas do Ministério, as "pequenas refeições ao longo do dia causam obesidade, especialmente entre as mulheres".
Além da intenção de proibir a publicidade de refrigerantes, batatas fritas e fast foods, o Ministério quer exigir que fabricantes de refeições prontas incluam dados sobre seus produtos, tais como o número de calorias, carboidratos, gordura e sal, que devem constar de todas as embalagens.
As organizações de defesa dos consumidores afirmam que é necessária a imediata proibição de publicidade de fast foods, batatas fritas e refrigerantes.
“É uma prática que existe em todos os países desenvolvidos. No Reino Unido, por exemplo, a publicidade de fast food é ilegal em publicações destinadas a crianças e jovens”, explica o diretor da União dos Consumidores da Rússia, Piotr Shelisch.
“Na Rússia, no entanto, as crianças gastam o dinheiro em refrigerantes e cachorros-quentes. Uma visita a um restaurante fast food é celebrado pelas crianças como uma festa”, completa.
Vladímir Iestáfiev, especialista da Associação de Agências de Comunicação da Rússia afirma que essas proibições prejudicarão significativamente diversas instituições.
“Não há dúvidas de que as as agências de publicidade vão sofrer grandes perdas. Canais de televisão, jornais, revistas e rádio também perderão diversos patrocinadores”, diz Iestáfiev.
“Além disso, as cadeias de fast food e fabricantes de refrigerantes são os maiores patrocinadores de eventos esportivos. Antes de proibir, o Ministério da Saúde deveria determinar se é capaz de arcar com essas perdas”, completa.
Publicado originalmente pelo jornal Izvêstia
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