Militares na base russa de Hmeimim, na Síria
Maksim Blinov/RIA NôvostiDepois de garantir um cessar-fogo na Síria e lançar uma nova rodada de negociações de paz entre a oposição e o governo, o presidente Vladímir Pútin anunciou que a Rússia reduzirá sua presença militar no país.
Os especialistas preveem que o Ministério da Defesa russo reduzirá o número de combatentes, bombardeiros e equipes de engenharia de combate, e também poderá diminuir o número de navios navais posicionados perto da costa síria.
“As tropas russas atingiram grandes progressos na Síria e libertaram Aleppo, a segunda maior cidade do país”, diz Leonid Ivachov, coronel-geral aposentado e presidente do Centro Internacional de Análise Geopolítica.
Por isso, segundo o observador, a liderança russa decidiu reduzir suas forças no local para que os militares “possam fazer uma pausa do ano de hostilidades sangrentas”.
As tropas russas na Síria ajudaram a impedir a desintegração do país e puseram fim à cadeia de “revoluções de cores” tanto no Oriente Médio quanto no Norte da África, segundo afirmou o ministro russo da Defesa, Serguêi Choigu, na semana passada.
“Foram causados danos significativos aos grupos terroristas internacionais na Síria, sua propagação em toda a região foi reduzida e o apoio financeiro e logístico para as facções armadas foi interrompido”, disse Choigu.
Segundo o ministro, mais de mil cidades e aldeias da Síria aderiram ao cessar-fogo e cerca de 108 mil refugiados voltaram para suas casas.
O coronel-geral aposentado Leonid Ivachov adverte, no entanto, que a suspensão da operação militar pode ter um efeito negativo.
“Apenas um mês atrás, os militantes aproveitaram as pausas humanitárias e o cessar-fogo para se reagrupar e montar um contra-ataque”, alerta. “Como resultado, Palmira caiu em suas mãos de novo”, completa.
Caminho político
Na quinta-feira (29), Pútin anunciou que o governo sírio e a oposição armada na Síria haviam assinado três documentos, incluindo um acordo de cessar-fogo e um conjunto de medidas necessárias para monitorá-lo.
O presidente russo também convidou as partes em conflito e países capazes de influenciar a situação na Síria para conversações de paz no final de janeiro de 2017.
O Kremlin busca uma solução política para o problema e quer reduzir seu envolvimento militar no conflito ao mínimo possível, diz Pável Zolotarev, vice-diretor do Instituto para Estudos do Canadá e dos EUA em Moscou.
“É fácil se envolver em tais conflitos, mas é difícil se livrar deles”, afirma Zolotarev. “A liderança russa não quer repetir os erros cometidos pelos EUA no Iraque e no Afeganistão, portanto, precisamos limitar nossa atividade [na Síria] e nos orgulhar, se não pela vitória total, pelo menos pelos objetivos alcançados.”
No entanto, Zolotarev acredita que a guerra contra o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra está longe de terminar. “Não temos como evitar futuras batalhas contra eles”, prevê.
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