Presidente russo sugeriu ainda que filhos de diplomatas passem festas no Kremlin
Mikhail Metzel/TASSO presidente russo Vladímir Pútin tomou a decisão de não expulsar nenhum diplomata americano da Rússia em retaliação às recentes sanções impostas por Washington contra Moscou.
"Os diplomatas russos que voltarão para casa passarão os feriados de Ano Novo com seus parentes e entes queridos. Em casa. Não criaremos problemas para os diplomatas dos EUA. Nós não expulsaremos ninguém”, declarou Pútin em um comunicado divulgado pelo Kremlin.
O líder russo também disse que o país não irá impedir as famílias e crianças de diplomatas norte-americanos de usar as instalações de lazer locais durante as férias de Ano Novo.
“Além disso, estou convidando todas as crianças de diplomatas dos EUA acreditados na Rússia para o Ano Novo e as festas de Natal no Kremlin”, acrescentou Pútin.
As ações de Washington contra a Rússia causam danos não apenas às relações bilaterais, mas ao mundo como um todo, lê-se no comunicado.
“Consideramos as novas medidas hostis da administração norte-americana como provocativa e destinadas a minar ainda mais as relações russo-americanas”, disse o presidente russo.
“Isso definitivamente viola os interesses fundamentais do povo russo e americano. (...) Considerando a responsabilidade especial da Rússia e dos Estados Unidos pela preservação da segurança global, isso causa danos a todo o complexo das relações internacionais”, concluiu.
Retaliação proposta
Trinta e cinco diplomatas americanos haviam sido taxados como persona non grata na Rússia, entre eles 31 funcionários da embaixada em Moscou e quatro do consulado em São Petersburgo, segundo o chanceler russo, Serguêi Lavrov.
A iniciativa veio como resposta à decisão do governo norte-americano de ampliar as sanções contra Moscou e expulsar 35 diplomatas russos do território dos EUA.
“Nós, naturalmente, não podemos deixar sem resposta os insultos desse tipo, reciprocidade é a lei da diplomacia e das relações internacionais”, disse então Lavrov.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia também havia apresentado uma proposta ao presidente para proibir os diplomatas americanos de usar duas instalações em Moscou, uma casa de férias em Serebryany Bor e um depósito na rua Dorozhnaya.
As acusações de Washington de que o Estado russo estaria por trás das tentativas de interferir nas eleições presidenciais dos EUA não têm fundamento, continuou Lavrov.
“A administração dos EUA de Barack Obama, que denuncia a Rússia por todos os pecados mortais, tentando nos culpar pelo fracasso de suas iniciativas de política externa, entre outras coisas, apresentou acusações adicionais sem qualquer motivo.”
Esperança em Trump
A administração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, poderá suspender as sanções antirrussas quando assumir o cargo no início do próximo ano, declarou um oficial da Casa Branca a jornalistas na noite de quinta-feira (29).
“Hipoteticamente, ele poderia reverter essas sanções, mas não faria muito sentido”, disse o funcionário do governo norte-americano.
“Acreditamos que esses passos são importantes porque a Rússia não vai parar. (...) Temos todas os indícios de que irão interferir em eleições democráticas em outros países, incluindo alguns dos nossos aliados europeus”, completou o oficial.
O porta-voz do Kremlin, Dmítri Peskov, afirmou que, com tal ação, Washington apenas prejudica as relações russo-americanas e a política externa do futuro governo.
Segundo Peskov, Moscou tem esperança de que a nova liderança dos EUA corrija as “iniciativas desajeitadas” de seus antecessores.
Trump afirmou, porém, que se reunirá com chefes de inteligência dos EUA para discutir os supostos ataques cibernéticos russos durante as eleições norte-americanas.
“Pelo interesse de nosso país e de seu grande povo, eu me reunirei com os líderes da comunidade de inteligência na próxima semana para ser atualizado sobre os fatos desta situação”, disse Trump em uma nota obtida pela TASS na noite de quinta.
Com as agências de notícias
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