Sarkozy alertou para risco de Guerra Fria entre Rússia e União Europeia
Stoian Vassev/TASSO ministro do Desenvolvimento Econômico russo, Aleksêi Uliukaiev, declarou nesta quinta-feira (16) que a Rússia não irá suspender suas contrassanções antes que a Europa elimine as proibições que estimularam a iniciativa russa.
A declaração foi dada depois que o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy defendeu, em debate no Fórum Econômico de São Petersburgo, a suspensão das sanções europeias e sugeriu que a Rússia, como o “lado mais forte” no conflito, tome o primeiro passo.
Uliukaiev destacou, no entanto, que esta alternativa estaria fora de questão e declarou que a pasta de Desenvolvimento Econômico russa planeja estendê-las até 2017.
Cabe lembrar que o Senado francês aprovou no último dia 8 de junho uma resolução recomendando ao governo local a atenuação das sanções econômicas contra Moscou.
Os Estados Unidos e a União Europeia, bem como Austrália, Canadá e Noruega, impuseram as medidas proibitivas após a reintegração da Crimeia pela Rússia, em 2014. Em retaliação, o Kremlin proibiu as importações de alimentos desses países.
Ambas as sanções e as contrassanções estariam prejudicando a economia russa, segundo um relatório publicado em abril pela Associação das Empresas Europeias.
Nova Guerra Fria
Ainda durante o debate, Sarkozy sugeriu que a Rússia, a União Europeia e a Turquia criassem um espaço comum de integração.
“Há três membros fundadores do continente – Rússia, União Europeia e Turquia. Poderíamos construir um espaço comum, acomodando 800 milhões de pessoas. Haveria três componentes: política no mais alto nível, segurança e cooperação econômica”, disse.
A ideia, segundo Sarkozy, era que o espaço também fosse futuramente aberto a outros países. “Por isso, encontraremos um novo modelo para expressar concordância ou desacordo político, da forma como é feito no século 21”, acrescentou.
O ex-líder francês destacou ainda que as atuais relações entre a Europa e a Rússia “não são como deveriam ser” e que as partes devem trabalhar para evitar o desencadeamento de uma nova Guerra Fria.
“Eu acredito que a Europa tem de trabalhar lado a lado com a Rússia. Eu não gostaria de uma nova Guerra Fria. A Guerra Fria não é do nosso interesse [francês] nem do interesse dos europeus”, arrematou Sarkozy.
Com material das agências de notícias RIA Nôvosti e Tass
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