Em Moscou, bar faz chacota com as medidas punitivas.
DivulgaçãoAs autoridades russas têm afirmado que as sanções impostas há 1,5 ano por EUA e Europa para punir Moscou pela crise ucraniana poderão levar sua economia a cair 10%, enquanto o término das medidas parece cada vez mais imprevisível.
“Parece que o país se ajusta gradualmente a uma nova realidade: a vida sob sanções permanentes, como acontecia na União Soviética”, lê-se em relatório publicado em setembro por economistas do maior banco de varejo da Rússia, o Sberbank, que também foi alvo das medidas.
No mês passado, os EUA adicionaram mais 29 pessoas físicas à lista de sanções, que já contém quase 150 russos impedidos de entrar nos países que as impõem e têm seus bens congelados nesses.
“Devemos nos preparar para uma realidade em que as sanções durem um longo período. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia não tem nenhuma ilusão de que as sanções possam ser levantadas ou aliviadas em um futuro próximo”, afirmou o vice-ministro da pasta, Serguêi Riabkov, no início de setembro.
De acordo com a agência de comércio dos EUA, o Census Bureau, a balança entre EUA e Rússia diminuiu quase 10% ao longo de 2014, de US$ 38 bilhões, em 2013, para US$ 34,3 milhões, neste ano.
Segundo um estudo publicado pelo Instituto Austríaco de Pesquisas Econômicas, os danos nas relações russo-europeias seriam ainda maiores. Com as sanções e os embargos russos de resposta, o continente pode ver sua balança comercial com a Rússia perder 100 bilhões de euros.
Petróleo
O impacto das sanções foi intensificado na Rússia pela queda dos preços em seu principal produto de exportação, o petróleo.
Quase 50% do orçamento russo depende das exportações da commodity, e com o preço chegando à metade do que foi em 2014, a receita estatal também diminuiu.
“É difícil separar o impacto das sanções do da queda dos preços do petróleo”, disse um porta-voz do FMI (Fundo Monetário Internacional) ainda em agosto.
Segundo a instituição, as sanções estrangularam a economia russa. Inicialmente, elas causaram uma queda de 1% a 1,5%. “Agora, a perda cumulativa de rendimento pode chegar a 9% do PIB a médio prazo”, afirmou o porta-voz.
17 de março de 2014 – 31 russos são incluídos na primeira lista de sanções dos EUA, que proíbe que esses viajem ao país e congela seus ativos ali.
Abril de 2014 – A Nasa anuncia o término das cooperações com sua homóloga Roscosmos, exceto na Estação Espacial Internacional. Os EUA proíbem 17 empresas e 7 pessoas físicas russas em seu território.
Julho de 2014 – Os EUA proíbem as atividades em seu território das energéticas russas Rosneft e Novatek, de bancos e da fabricante de armas Kalashnikov.
Dezembro de 2014 – Por decreto, Barack Obama estende as sanções à Crimeia, proibindo a exportação de bens e serviços dos EUA para a península.
Março de 2015 – Ao completar 12 meses, as sanções são prorrogadas por mais um ano. O Departamento de Tesouro anuncia novas sanções contra oito separatistas ucranianos, uma organização da juventude e um banco que opera na Crimeia.
31 de julho – Novas empresas e pessoas são sancionadas, entre elas o banco de desenvolvimento Vnesheconombank.
Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: