Pútin: “Infelizmente, a histeria na imprensa [americana] influencia a ideia da população dos EUA [sobre a Rússia]”
ReutersO presidente russo Vladímir Putin participou na quinta-feira (15) do tradicional programa de TV “Linha direta com o presidente”.
Durante quatro horas, o presidente respondeu a 73 perguntas sobre questões domésticas e internacionais. Até a noite de ontem, porém, haviam sido recebidas mais de 1,8 milhões de telefonemas, e-mails, mensagens de texto e vídeo de vários regiões do país e exterior.
De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, assim como no ano passado, a maioria das perguntas focavam questões sociais, como salários, pensões, saúde, educação, e serviços sociais e da comunidade.
‘Linha Direta’ recebeu mais de 1,8 milhão de perguntas (Foto: Global Look Press)
Entre os estrangeiros, as questões mais frequentes foram relacionadas às crises na Síria e na Ucrânia, embora neste ano, de acordo com Peskov, o interesse por esses temas tenha caído consideravelmente.
Relações com EUA
Um dos participantes do programa perguntou a Pútin se seria possível esperar uma melhora nas relações entre Moscou e Washington.
“Temos muitas questões nas quais devemos trabalhar juntos. Mas isso não depende só de nós. Estamos vendo o que acontece nos EUA agora. Eu já disse isso antes e repito mais uma vez, é um sinal claro de agravamento da luta política interna no país, e não podemos fazer nada quanto a isso, não podemos influenciar. Mas estamos prontos para um diálogo construtivo”, respondeu o presidente russo.
Pútin acrescentou ainda que os EUA e a Rússia poderiam cooperar na não proliferação de armas nucleares e em problemas ecológicos.
“Tenho muitos amigos nos EUA”, disse o líder russo, mas, “infelizmente, a histeria na imprensa [norte-americana] influencia a ideia da população dos EUA [sobre a Rússia]”.
Permanência na Síria
“Nossa tarefa para o futuro próximo é aumentar a capacidade de combate das Forças Armadas da própria República Árabe da Síria e ir silenciosamente retirando as bases que temos na Síria, a aérea de Hmeimim aeroporto e a naval de Tartus”, disse Pútin.
Segundo o presidente, desse modo, a Rússia daria ao Exército sírio “a oportunidade de operar de forma eficaz por conta própria e alcançar os resultados que precisa”.
Programa é transmitido anualmente na TV aberta russa (Foto: Global Look Press)
“A experiência prática das nossas Forças Armadas em combate e a aplicação das armas mais modernas é realmente impagável, digo sem exagero”, disse, ao falar sobre a “nova qualidade” do Exército russo.
“O complexo militar industrial também tirou enorme proveito; o uso de modelos modernos de armas permitiu entender como elas funcionam em condições de combate e fazer as correções necessárias nesses sistemas de combate”, continuou.
Desde março de 2011, a Síria é afetada por um conflito interno e armado que já custou a vida de 300 mil a 400 mil pessoas, de acordo com a ONU.
Protestos e oposição
Questionado sobre sua postura para com a oposição da Rússia, Pútin disse que “está disposto a dialogar com todos que têm como verdadeiro objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas e tem como objectivo resolver os problemas do país e não usar as dificuldades existentes, que sempre existem em qualquer lugar, para sua própria promoção política, para se aproveitar dessas dificuldades agravando-as”.
Perguntas variaram desde questões pessoais a conflitos (Foto: Global Look Press)
Piadas e vida pessoal
Durante as quatro horas de programa também não faltaram piadas e pedidos ao presidente. Um participante perguntou se Pútin aprecia os memes com sua imagem. “Depende da piada”, retrucou o presidente russo, antes de revelar que não lê livros sobre si mesmo nem sequer se lembrar das piadas dedicadas a ele.
Outra pergunta se referiu à possibilidade de o líder russo tomar alguma providência para melhorar o desempenho da seleção de futebol. Pútin afirmou que, embora não fique bravo, já alertou à equipe que os torcedores esperam melhores resultados.
O presidente, que costuma ser discreto e evitar falar sobre assuntos familiar, confessou que sua filha vive em Moscou e se dedica a investigações. Além disso, contou ter sido um avô pela segunda vez, embora sem entrar em detalhes.
“Eu quero que eles cresçam como pessoas normais, não como príncipes”, disse. “Se revelasse suas idades ou nomes, seria possível identificá-los rapidamente. Mas não vão deixá-los em paz, e seria prejudicial para o desenvolvimento de uma criança.”
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